segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Relato

Hoje posto o relato que dei durante a Reunião de Palestra do Bloco Village, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Gostaria de mais uma vez agradecer aos responsáveis pelo Bloco e a BSGI pela oportunidade.

Boa noite a todos!
Para quem não me conhece sou o Cesinha Chaves, pai da Alice, que hoje tem 13 anos e dono do Ziggy e Bob, dois cachorros que são como filhos, só que em versão canina.
Recebi o Gohonzon dia 22 de maio de 2008 e 
hoje posso afirmar com toda certeza que a prática do Budismo de Nichiren Daishonin é algo que me transformou de tal maneira que eu passei a dividir a minha vida em AB e DB: Antes do Budismo e Depois do Budismo. 
No livro Fundamento do Budismo tem um trecho que diz assim:
“Nichiren Daishonin esclareceu Três Provas que proporcionam um claro padrão para julgar a validade das religiões:
Prova Documental, Prova Teórica e Prova Real.
Prova Documental é se os ensinos estão de acordo com os sutras.
A Prova Teórica é baseada na razão lógica, se os ensinos são compatíveis com a razão.
A Prova Real serve para medir se os ensinos confirmam resultados reais quando colocados em prática.
Todos nós, principalmente quando estamos começando, queremos ver a tal da prova real logo para comprovar a veracidade dos benefícios da prática do Nam-myoho-renge-kyo.
A minha 1a prova real veio estampada e foi antes de eu receber o Gohonzon.
Apesar de sempre trabalhar com skate em revistas e na na TV eu estava meio com saudade de participar do outro lado do cenário, não apenas escrevendo, filmando e editando. Nessa época o movimento old school, que foca nos precursores do esporte, estava começando a surgir aqui pelo Brasil, e me deu vontade de me envolver de novo como skatista. Foi com assim que acabei conseguindo a minha 1ª capa, e aos 52 anos de idade!!!
O relato que quero dividir com vocês é de uma conquista recente, mas que demorou para que eu conseguisse realizar o que havia determinado - e principalmente como eu havia determinado.
Quando conheci o Budismo de Nichiren eu me encontrava em pleno estado de tranquilidade. Sou nascido e criado na Urca, depois me mudei para a Barra e posteriormente para o Itanhangá, para uma bela e enorme casa, junto com minha esposa, minha filha, minha mãe, a cachorrinha dela e os 2 cachorros, que vieram depois.
Vivemos por alguns anos uma vida boa, sem muitas preocupações.
Como diz o princípio da intemporariedade, nada é para sempre, e depois de alguns anos minha mãe veio a falecer, e logo no ano seguinte, foi a vez do meu casamento acabar.
Não foi nada traumático, que envolvesse brigas, simplesmente a paixão entre nós como casal já não existia mais.
Só havia cumplicidade, amizade, respeito, mas não amor, que havia se extinguido.
Morávamos bem numa casa enorme, cada um com seu espaço próprio e dividíamos as tarefas em relação à filha.
Ou seja, estava empurrando a vida com a barriga.
Bem vamos a parte prática do relato.
A solução para continuarmos a seguir com as nossas vidas era vender a casa e dividir metade para cada um.
Só que a casa tinha algumas situações, digamos, peculiares, que dificultavam a venda: não tinha o habite-se, nem o projeto original da obra concluída.
Na época da compra eu não estava preocupado com isso pois aquela era a casa dos meus sonhos e eu pretendia morar nela até o fim da vida.
Mas a vida dá voltas.
Muita gente falava que seria difícil de vender a casa, que eu deveria abaixar o preço para facilitar e tal.
Vários corretores levavam clientes que visitavam a casa e gostavam, mas todos esbarravam no “habite-se” e desistiam da compra.
Mas eu sabia que a casa seria vendida, pois eu sempre dizia que existe um pessoa que está procurando uma casa assim como essa e vai comprar na mesma situação que eu comprei, só tenho de achar essa pessoa para que ela compre a casa e seja tão feliz ou mais do que eu fui aqui!
Essa era a minha principal determinação ao Gohonzon.
Orava para achar essa família para que comprasse a casa para que eu e a minha ex pudéssemos seguir com as nossas vidas.
Além disso eu queria continuar morando em casa - nada de apartamento!
Para encurtar a história, depois de muitas visitas e muitas desistências a pessoa que estava procurando pela minha casa apareceu, e vendi nas condições que determinei, pelo preço que determinei, e sem o “habite-se”!
Essa já foi uma grande conquista!


Depois de achar o comprador para a casa eu precisava de uma nova morada. E determinei que iria morar numa casinha perto da escola da minha filha, e assim foquei no novo objetivo.
A minha ex, conseguiu logo comprar um apartamento ótimo na rua da escola da nossa filha!
E ainda me passou o contato de umas casas em uma vila na mesma rua, só que para alugar!
Fui ver e as casas eram ótimas, com quintal e tudo, perfeito pra mim e os cães.
E do lado da escola da Alice!
Continuei no Daimoku focando na casa da Vila da Rua Araguaia.
Bem, vou dar outra encurtada, para não tomar muito tempo da nossa reunião. Nessa ocasião eu não consegui alugar nenhuma daquelas casas naquela vila. Aliás não conseguia alugar nenhuma casa, diga-se de passagem.
O prazo para a entrega das chaves estava acabando e eu tinha de sair e entregar o imóvel, mas ainda não havia encontrado onde iria morar!
No dia que completei esse gráfico abaixo, marcando um milhão de Daimoku eu peguei as chaves de um apartamento de 2 quartos com 80 m2 bem perto da escola da Alice.


Eu estava ficando sem alternativa devido ao tempo e como o meu objetivo nunca foi morar em apartamento, fechei meio que contra a vontade um contrato de aluguel por 30 meses e me mudei.
Quando saí do desconsagrei o Gohonzon por causa da mudança, que foi numa sexta.
No Sábado passei o dia fora trabalhando e Domingo não era permitido fazer barulho devido as normas do condomínio, então eu não pude fixar o Butsodan na parede.
Fiz a minha prática com o Butsodan fechado, com o Gohonzon lá dentro, enrolado na caixinha.
Foi assim que, decidi que não iria ficar ali por muito tempo, que esse apartamento era só um pequeno intervalo no meu caminho e que eu conseguiria morar numa casa numa vila muito em breve.
Na 2a feira tomei a decisão que iria ficar naquele apartamento apenas o tempo suficiente para achar a minha casinha perto da escola da Alice.
Ainda determinei que não iria pagar a multa da rescisão do contrato, que era de 3 vezes o valor do aluguel.
Coloquei provisoriamente o Butsodan em cima num móvel, consagrei o Gohonzon, e comecei perseguir o meu novo objetivo e com essa certeza, continuei com a minha prática diante ao Gohonzon, sempre como água corrente, contínua e sem interrupção. Isso é algo que sempre fiz questão manter como meta, de nunca deixar de fazer as práticas da manhã e da noite, independente da situação que me encontre!
Para encurtar pela última vez, pois o meu tempo já está se esgotando,
estou morando na Rua Araguaia, numa casinha com quintal.
Não naquela vila do início da história, mas numa outra vila que fica ainda mais perto ainda da escola da Alice! 

Afinal eu foquei no Daimoku como meu objetivo a “casa da Vila da Rua Araguaia”, só não havia especificado qual, pois nessa rua existem 3 vilas diferentes!
Isso é a boa sorte ou não?
=)
E detalhe, saí do apartamento sem pagar a multa da rescisão do contrato e o aluguel da casa da vila é a metade do pagava no apartamento.

Cesinha Chaves 24 de setembro de 2011