domingo, 25 de dezembro de 2011

Tina

Depois de muito procurar consegui achar o maravilhoso filme "What love go to to do with it", que é a biografia da Tina Turner. Legendei em português e postei aqui a parte onde ela encontra o Nam myoho renge kyo, com o qual ela dá uma guinada na vida!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Esho Funi

Hoje posto um vídeo sobre Esho Funi, feito pela Alexia Maltner para a reunião do Bloco Rio 2, no Rio de Janeiro.


Dentre os vários princípios expostos pelo budismo, existe o Esho Funi, que elucida a íntima relação entre a vida e o meio ambiente. O termo Esho Funi significa que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental.
"O ambiente é como a sombra e a vida o corpo" Nichiren Daishonin.
Sem o corpo não pode haver sombra, por isso é importante nos conscientizarmos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigatoriamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto à tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo.
Este conceito tem uma importância fundamental para entendermos as relações que estabelecemos ao longo da vida nos vários locais em que vivemos: família, trabalho, vizinhança, organização, enfim, na sociedade como um todo.
A harmonia é um fator essencial para a vida. Assim, a questão mais importante é gerar essa harmonia por meio das fontes de energia e sabedoria existentes dentro de nós, tendo como base o respeito pela dignidade da vida. Desenvolver ou fazer florescer o respeito, a amizade, o amor, a benevolência, enfim sentimentos fundamentais para a relação homem--homem e homem--ambiente, torna-se essencial para criar essa coexistência harmônica.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Treinamento de Gongyo

Navegando pelo YouTube a procura de novidades acabei por descobrir o Genol2010's Channel onde achei os dois vídeos de treinamento com o Gongyo que posto aqui. O primeiro vídeo é num ritmo bem lento, ótimo para aprender a pronúncia e como funciona os intervalos entre os caracteres. Experimente e veja a riqueza da acentuação, que muitas vezes deixamos passar devido à "velocidade" da prática diária.
O segundo vídeo é numa cadencia normal, bom para poder aperfeiçoar o ritmo de galope da marcação do Gongyo.
E ambos terminam com alguns minutos de Nam-myoho-renge-kyo.

Grato por compartilhar Genol!




sábado, 19 de novembro de 2011

Vírus Mentais



As pessoas andam muito preocupadas com os vírus em seus programas de computador, mas se esquecem que há certos tipos de pensamentos automáticos que provocam verdadeiras panes em suas próprias mentes. Passe agora um ANTIVÍRUS em sua mente! Se detectar algum desses vírus, delete-o imediatamente:




Vírus 1: Pensamento sempre/nunca: Esse vírus ocorre quando você pensa que alguma coisa que aconteceu vai SEMPRE se repetir, ou que você NUNCA vai conseguir o que quer. Variantes do vírus: Ele SEMPRE me diminui, NINGUÉM vai telefonar pra mim, Eu NUNCA vou conseguir um aumento, TODO MUNDO se aproveita de mim, meus filhos NUNCA me ouvem. Quando você perceber este vírus, delete-o usando os programas da sua consciência.



Vírus 2: Vírus do negativismo: Ocorre quando seus pensamentos refletem apenas o lado ruim de uma situação e ignoram qualquer parte boa. Delete-o com o programa otimismo.



Vírus 3: Vírus de prever o futuro: Esse terrível vírus ocorre quando você prevê o pior resultado possível de uma situação. Ele provoca um colapso em suas iniciativas, fazendo-o desistir antes de tentar. O antivírus para este é cair na real. Afinal, se você pudesse prever o futuro, seria um bilionário da loteria agora.


Vírus 4: Vírus de leitura das mentes: Este vírus está agindo sempre que você acha que sabe o que as pessoas estão pensando, mesmo que elas não lhe tenham dito nada. O antivírus é lembrar que já é difícil "ler" a própria mente, quanto mais a dos outros.


Vírus 5: Vírus pensar com sensações passadas: Estes vírus em geral te infectaram em alguma situação desagradável no passado. Agora, situações semelhantes vão provocar pensamentos negativos: " Eu tenho a sensação que isso não vai dar certo "... Simplesmente DELETE O BICHO!



Vírus 6: Vírus da culpa: Substitua palavras como: eu deveria, eu preciso, eu poderia, eu tenho que... por: Eu quero, eu vou, eu posso fazer assim... Não fique no passado. Use o "antivírus momento presente".



Vírus 7: Vírus da rotulação: Sempre que esse vírus coloca um rótulo em você mesmo ou em outra pessoa, ele detém a sua capacidade de ter uma visão clara da situação: Variantes - Tonto, frígida, arrogante, irresponsável e mais de um milhão de rótulos auto-instaláveis.
O rótulo generaliza, transformando a realidade das pessoas em imagens virtuais de sua imaginação infectada. O melhor antivírus pra ele é o "expansão da consciência.exe ".


Vírus 8: Vírus da personalização: Esse faz você levar tudo pro lado pessoal. Exemplo: Quando alguém passa por você de cara amarrada e não te cumprimenta, o vírus faz CRER que a pessoa certamente está com raiva de você. A "expansão da consciência.exe" também deleta muito bem este tipo de vírus.




Vírus 9: Vírus culpar os outros: É o pior de todos os vírus do pensamento! Ao culpar automaticamente os outros pelos problemas da sua vida, este vírus o torna impotente para responsabilizar-se pelo próprio destino. Incapaz de mudar qualquer coisa. Use o "antivírus da auto-estima" e pare de projetar nos outros as suas próprias culpas.

MANTENHA OS SEUS ANTIVÍRUS DE PENSAMENTO SEMPRE ATIVADOS, POIS NUNCA SE SABE QUANDO ESSAS PRAGAS VOLTAM A ATACAR!

Eu ainda não sei quem é o autor desse texto que achei no Facebook, mas assim que souber eu coloco aqui! Desde já, grato!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Convites

Alguns exemplos de convites virtuais que faço para reuniões de bloco, palestra, encontros etc... É só clicar na imagem para ir para o album no Picasa onde os cartões podem ser vistos um a um ou em apresentação de slides. Caso alguém precise de convites para qualquer evento da BSGI pode me procurar que faço de bom grado!


Click para o album no Picasa.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dúvida no Gongyo!

Devido a uma dúvida que eu tinha em relação ao livro da Liturgia da BSGI, resolvi entrar em contato com a organização para que me esclarecessem.
Havia reparado na edição da BSGI, no final da 1a parte do Gongyo, que a grafia estava diferente em relação a outras fontes da SGI onde se lê , "FU-SHU-BU-SETSU", no qual na versão brasileira aparece como "FU-SHU-BU-SE" - sem o "TSU".
Eu havia perguntado a alguns dirigentes a razão da diferença da grafia e me disseram ser algo em relação à pronúncia em português.

Sempre ouvi que cada caractere do Gongyo é um Buda, e na exposição do Sutra do Lótus aqui no Rio de Janeiro, isto ficou claro para mim. Lá vi um grande banner com o Sutra e ao lado de cada caractere havia um desenho com a representação de um Buda.

Bem vamos aos fatos, reparem nos destaques das ilustrações:

Liturgia da BSGI, no final da 1a parte do Gongyo:


Livro Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, do Pres. Ikeda:



Learning CD da SGI (EUA), que é próprio para treinamento de Gongyo:

Liturgia que ganhei quando estive na SGI em Portand:



Wallace Moura, da Coordenadoria do Rio de Janeiro, entrou em contato com a BSGI em São Paulo, e me enviou a resposta do Sr. Paulo Endo, Coordenador de Estudos do Budismo da BSGI. Posto aqui, para que outras pessoas que tenham a mesma dúvida, entendam a razão da diferença das grafias.
"Oi, boa tarde!
Na verdade, não há muito com que se preocupar. Tanto em uma leitura como em outra, não está sendo truncada nenhuma sílaba. Ao se ler sílaba a sílaba, de fato, o mais correto seria da forma que está escrito no livro PHJ, isto é:
...Fu-shu-bu-setsu. Sho-i-sha-ga....
Ocorre que a sílaba tsu não é lida de forma tão acentuada. É como se fosse um tsu mudo. Na palavra setsu a sílaba acentuada é o se . Portanto, embora seja difícil representar aqui por e-mail, a leitura seria algo do tipo SEts
E, no contexto da recitação do Gongyo, esse tsu mudo acaba se interligando a palavra seguinte Sho-i-sha-ga e acaba ficando algo como Sê (ts) - Sho ficando mais próximo do Sê-Sho-- como está no livro da liturgia.
É claro que se a leitura for efetuada de forma lenta e pausada, sílaba por sílaba (o que na prática acaba não acontecendo durante a recitação do Gongyo), pode ser pronunciado como
Fu-shu-bu-setsu. Sho-i-sha-ga.
Não sei se consegui me expressar de forma satisfatória... Claro que, se for falada, a explicação seria mais fácil de entender....
Abraços,
Endo"

Deixo aqui meus agradecimentos ao Sr. Paulo Endo por sanar tal dúvida e espero que sua orientação ajude para cada vez mais nos imbuirmos com a essência do Sutra do Lótus, Nam-myoho-renge-kyo.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Gráfico Gohonzon

Acabei de completar a tradução de mais um dos belíssimos gráficos do Daimoku Charts. Dessa vez é sobre o Gohonzon que conta com ilustrações de algumas das funções do Universo e de nossas vidas. 
Para preencher é ir marcando a cada 15 minutos de Daimoku. Cada pedra vale uma hora de prática e ao término completa-se meio milhão de Daimoku!



Para baixar em tamanho original, click na foto e salve com o botão direito do seu mouse.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Relato

Hoje posto o relato que dei durante a Reunião de Palestra do Bloco Village, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Gostaria de mais uma vez agradecer aos responsáveis pelo Bloco e a BSGI pela oportunidade.

Boa noite a todos!
Para quem não me conhece sou o Cesinha Chaves, pai da Alice, que hoje tem 13 anos e dono do Ziggy e Bob, dois cachorros que são como filhos, só que em versão canina.
Recebi o Gohonzon dia 22 de maio de 2008 e 
hoje posso afirmar com toda certeza que a prática do Budismo de Nichiren Daishonin é algo que me transformou de tal maneira que eu passei a dividir a minha vida em AB e DB: Antes do Budismo e Depois do Budismo. 
No livro Fundamento do Budismo tem um trecho que diz assim:
“Nichiren Daishonin esclareceu Três Provas que proporcionam um claro padrão para julgar a validade das religiões:
Prova Documental, Prova Teórica e Prova Real.
Prova Documental é se os ensinos estão de acordo com os sutras.
A Prova Teórica é baseada na razão lógica, se os ensinos são compatíveis com a razão.
A Prova Real serve para medir se os ensinos confirmam resultados reais quando colocados em prática.
Todos nós, principalmente quando estamos começando, queremos ver a tal da prova real logo para comprovar a veracidade dos benefícios da prática do Nam-myoho-renge-kyo.
A minha 1a prova real veio estampada e foi antes de eu receber o Gohonzon.
Apesar de sempre trabalhar com skate em revistas e na na TV eu estava meio com saudade de participar do outro lado do cenário, não apenas escrevendo, filmando e editando. Nessa época o movimento old school, que foca nos precursores do esporte, estava começando a surgir aqui pelo Brasil, e me deu vontade de me envolver de novo como skatista. Foi com assim que acabei conseguindo a minha 1ª capa, e aos 52 anos de idade!!!
O relato que quero dividir com vocês é de uma conquista recente, mas que demorou para que eu conseguisse realizar o que havia determinado - e principalmente como eu havia determinado.
Quando conheci o Budismo de Nichiren eu me encontrava em pleno estado de tranquilidade. Sou nascido e criado na Urca, depois me mudei para a Barra e posteriormente para o Itanhangá, para uma bela e enorme casa, junto com minha esposa, minha filha, minha mãe, a cachorrinha dela e os 2 cachorros, que vieram depois.
Vivemos por alguns anos uma vida boa, sem muitas preocupações.
Como diz o princípio da intemporariedade, nada é para sempre, e depois de alguns anos minha mãe veio a falecer, e logo no ano seguinte, foi a vez do meu casamento acabar.
Não foi nada traumático, que envolvesse brigas, simplesmente a paixão entre nós como casal já não existia mais.
Só havia cumplicidade, amizade, respeito, mas não amor, que havia se extinguido.
Morávamos bem numa casa enorme, cada um com seu espaço próprio e dividíamos as tarefas em relação à filha.
Ou seja, estava empurrando a vida com a barriga.
Bem vamos a parte prática do relato.
A solução para continuarmos a seguir com as nossas vidas era vender a casa e dividir metade para cada um.
Só que a casa tinha algumas situações, digamos, peculiares, que dificultavam a venda: não tinha o habite-se, nem o projeto original da obra concluída.
Na época da compra eu não estava preocupado com isso pois aquela era a casa dos meus sonhos e eu pretendia morar nela até o fim da vida.
Mas a vida dá voltas.
Muita gente falava que seria difícil de vender a casa, que eu deveria abaixar o preço para facilitar e tal.
Vários corretores levavam clientes que visitavam a casa e gostavam, mas todos esbarravam no “habite-se” e desistiam da compra.
Mas eu sabia que a casa seria vendida, pois eu sempre dizia que existe um pessoa que está procurando uma casa assim como essa e vai comprar na mesma situação que eu comprei, só tenho de achar essa pessoa para que ela compre a casa e seja tão feliz ou mais do que eu fui aqui!
Essa era a minha principal determinação ao Gohonzon.
Orava para achar essa família para que comprasse a casa para que eu e a minha ex pudéssemos seguir com as nossas vidas.
Além disso eu queria continuar morando em casa - nada de apartamento!
Para encurtar a história, depois de muitas visitas e muitas desistências a pessoa que estava procurando pela minha casa apareceu, e vendi nas condições que determinei, pelo preço que determinei, e sem o “habite-se”!
Essa já foi uma grande conquista!


Depois de achar o comprador para a casa eu precisava de uma nova morada. E determinei que iria morar numa casinha perto da escola da minha filha, e assim foquei no novo objetivo.
A minha ex, conseguiu logo comprar um apartamento ótimo na rua da escola da nossa filha!
E ainda me passou o contato de umas casas em uma vila na mesma rua, só que para alugar!
Fui ver e as casas eram ótimas, com quintal e tudo, perfeito pra mim e os cães.
E do lado da escola da Alice!
Continuei no Daimoku focando na casa da Vila da Rua Araguaia.
Bem, vou dar outra encurtada, para não tomar muito tempo da nossa reunião. Nessa ocasião eu não consegui alugar nenhuma daquelas casas naquela vila. Aliás não conseguia alugar nenhuma casa, diga-se de passagem.
O prazo para a entrega das chaves estava acabando e eu tinha de sair e entregar o imóvel, mas ainda não havia encontrado onde iria morar!
No dia que completei esse gráfico abaixo, marcando um milhão de Daimoku eu peguei as chaves de um apartamento de 2 quartos com 80 m2 bem perto da escola da Alice.


Eu estava ficando sem alternativa devido ao tempo e como o meu objetivo nunca foi morar em apartamento, fechei meio que contra a vontade um contrato de aluguel por 30 meses e me mudei.
Quando saí do desconsagrei o Gohonzon por causa da mudança, que foi numa sexta.
No Sábado passei o dia fora trabalhando e Domingo não era permitido fazer barulho devido as normas do condomínio, então eu não pude fixar o Butsodan na parede.
Fiz a minha prática com o Butsodan fechado, com o Gohonzon lá dentro, enrolado na caixinha.
Foi assim que, decidi que não iria ficar ali por muito tempo, que esse apartamento era só um pequeno intervalo no meu caminho e que eu conseguiria morar numa casa numa vila muito em breve.
Na 2a feira tomei a decisão que iria ficar naquele apartamento apenas o tempo suficiente para achar a minha casinha perto da escola da Alice.
Ainda determinei que não iria pagar a multa da rescisão do contrato, que era de 3 vezes o valor do aluguel.
Coloquei provisoriamente o Butsodan em cima num móvel, consagrei o Gohonzon, e comecei perseguir o meu novo objetivo e com essa certeza, continuei com a minha prática diante ao Gohonzon, sempre como água corrente, contínua e sem interrupção. Isso é algo que sempre fiz questão manter como meta, de nunca deixar de fazer as práticas da manhã e da noite, independente da situação que me encontre!
Para encurtar pela última vez, pois o meu tempo já está se esgotando,
estou morando na Rua Araguaia, numa casinha com quintal.
Não naquela vila do início da história, mas numa outra vila que fica ainda mais perto ainda da escola da Alice! 

Afinal eu foquei no Daimoku como meu objetivo a “casa da Vila da Rua Araguaia”, só não havia especificado qual, pois nessa rua existem 3 vilas diferentes!
Isso é a boa sorte ou não?
=)
E detalhe, saí do apartamento sem pagar a multa da rescisão do contrato e o aluguel da casa da vila é a metade do pagava no apartamento.

Cesinha Chaves 24 de setembro de 2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Budismo e Skate

Há tempos que estava pensado em escrever sobre a relação entre Budismo e Skate, principalmente pelo fato de para se andar bem é necessário se viver no Aqui e Agora - sempre!
Comecei a rabiscar algumas coisas... mas acabei deixando de lado e perdendo as anotações. Aí vem o Rennê e manda essa no site da Pense Skate - muito bem mandada por sinal!!! Esse é o meu Shakubuku!!!



"A sabedoria de cair e levantar

Há algum tempo venho refletindo sobre a similaridade entre os ensinamentos que o skate e a prática budista possuem em comum.

 Mais do que cair e levantar, no skate você aprende a tentar. E tentar faz toda a diferença. Tentando você pratica o exercício da determinação, da auto-confiança, da coragem.


Praticando budismo você começa a perceber que tudo depende, acima de tudo, de você. A derrota está na sua mente, assim como a vitória. É você quem cria. 


No skate a gente logo percebe que errar faz parte do jogo e somente assim, se arriscando, que você evolui e aprende novas manobras. 


No budismo, da mesma forma, você começa a entender que os obstáculos da vida estão ali justamente para que você possa saber usá-los e retirar o melhor proveito deles, tornando-se assim uma pessoa melhor no universo.


No skate não adianta você ver revistas e vídeos se não for para a pista andar, praticar.


No budismo, a prática, junto com a fé o estudo formam um tripé fundamental.


No skate, você deve estar sempre de bem com a vida, tranquilo, com a cabeça desencanada para poder aproveitar a sessão e tudo que ela tem a te oferecer.


Com a prática budista você percebe o quanto você é capaz de influenciar o ambiente e as circunstâncias em que se encontra e por isso é fundamental cuidar da sua mente e de suas ações no dia-a-dia.


No skate, quantas vezes você sai pra dar um rolé despretensioso, sozinho e aquilo acaba se tornando um dia divertidamente inesquecível na companhia de amigos.


Na visão budista, nada acontece por acaso. Mais do que isso, você começa a entender que a sua relação cármica com as pessoas e os ambientes existem há unidades de tempo pouco mensuráveis e isso faz toda diferença na sua vida.


Na sessão de skate, pouco se quer saber onde o brother mora, sem tem dinheiro, se anda bem ou mal, trabalha, usa drogas, mora na sul ou na norte, tem patrocínio ou é crente. Todo mundo anda junto e misturado e essa diversidade gera uma química muito forte.


No budismo, todos possuem o Estado de Buda. Sem exceção. Todos tem as mesmas condições de alcançar esse estado supremo de vida e por isso há um repeito e consideração enorme pelo outro, gerando relações muito mais humanas.


No skate, você jamais esquecerá a primeira vez em que subiu em cima de um e provavelmente o amigo que te apresentou se tornará uma pessoa sempre lembrada, pra sempre.



No budismo você também acaba tendo uma profunda gratidão a pessoa que te apresentou a Lei Mística e certamente também vai lembrar dela e considerá-la pelo resto da vida.


Tenho a impressão de que se não fosse 3h40 da manhã e amanhã não houvessem tantos compromissos eu poderia ficar aqui mais um pouco só provocando relações entre a prática budista e a prática do skate.
O mais importante foi perceber o quanto ainda tenho a aprender com essas duas filosofias de vida."
Rennê Nunes
Publicado no site Pense Skate

domingo, 10 de julho de 2011

Determinação


Hoje um texto que que retirei no Facebook da Paula Zajdenverg pois achei sensacional e muito revelador sobre a nossa prática diária.



"Nichiren Daishonin afirma que:
A determinação, ou itinen, é algo que não pode faltar pois é o que possibilita a transformação de toda as circunstâncias a nossa volta.
Uma firme oração com a decisão de vencer qualquer obstáculo já é um grande passo para a vitória.
A sinceridade e a seriedade também são fundamentais.
As verdadeiras intenções, o que está no coração é o que direciona nossa mente e isso reflete em nossa vida como um todo.
Com que postura recitamos o Gongyo?
Será que o fazemos com o sentimento de estarmos participando de uma importante cerimônia diante do Buda Original?
Será que proferimos cada uma das palavras corretamente ou “fazemos de conta” que estamos realizando o Gongyo?
Como é o nosso Daimoku?
Será que realmente recitamos o “Nam myoho renge kyo”, como aprendemos ao iniciarmos a pratica ou é só “algo” parecido com isso?
O que se passa em nossa mente quando oramos?
Todas as contas para pagar, o barulho da televisão, a poeira sobre os móveis, a posição das velas, ou realmente conseguiu ver a sua vida refletida no Gohonzon?
Com os ombros curvos e as mãos caídas, balançando as pernas, ou sentamo nos eretos, com as mãos firmemente unidas e olhando diretamente ao Gohonzon?
E o que enxergamos diante de nós?
Um simples pedaço de papel escrito ou significado de nossa existência e a nossa missão como Bodhisattvas da Terra?"
Fonte - Paula Zajdenverg, membro da BSGI

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Budismo e a doutrina cristã da criação

Esse texto foi retirado do site As Mais Belas Histórias Budistas. Mais uma vez sou grato ao Sandro que mantém o site pelo precioso conteúdo de suas postagens.

"Budismo e a doutrina cristã da criação. Qual foi o início?
Por Greg Martin, Editor Assistente

Como foi criado o mundo, em outras palavras, o universo? Esta interrogação tem mantido perplexos aos seres humanos através de todos os tempos. A mitologia, a ciência e a religião nasceram dessa permanente busca.


Os dez primeiros capítulos da Bíblia, Gênesis 1-10 formam a pedra angular das três principais tradições religiosas do ocidente – judaísmo, cristianismo e islamismo. Eles nos relatam a história da Criação. Deus criou o universo e tudo o que nele existe, incluindo a terra, o céu, a luz, as plantas e os animais, em seis dias, descansando no sétimo dia. Ele criou o primeiro homem, Adão, soprando a alma ao pó para depois dar-lhe como morada o Jardim do Éden. Deus criou a primeira mulher, Eva, da costela de Adão, para proporcionar-lhe uma companheira.

Enganada por uma serpente, Eva desobedeceu as ordens dadas por Deus ao comer a maçã da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao mesmo tempo, ela convence Adão para que faça o mesmo. O castigo infringido por Deus a condena ao alumbramento com dor e à servidão ao marido. Deus expulsa ambos do Jardim.
Transcorreram várias gerações e Deus não estava feliz com os resultados de sua criação, particularmente porque a maldade imperava no mundo. Disse-lhe a Noé que construísse uma grande embarcação, e colocasse nela casais de todos os animais que habitavam a terra e a sua família. Depois provocou uma grande inundação que exterminou todos os seres vivos da face da terra. Após 150 dias as águas se retiraram e a embarcação de Noé ficou depositada no topo do Monte Ararat. Um novo começo se inicia para a humanidade a partir dos descendentes de Noé. Estes são os pontos básicos da historia da criação, tal como a relata o livro do Gênesis. Deus é o criador original de tudo o que existe ex nihilo (criado do nada). Em épocas anteriores esta história era aceita como um fato inquestionável e como a palavra divina e irrefutável de Deus. Hoje em dia há os que ainda professam esta crença.

A captura e deportação do povo judeu à Babilônia por parte de Nabucodonozor no ano 587 AC, onde permaneceram por cinqüenta anos (duas gerações), colocou o povo judeu em contato direto e de maneira freqüente com as influências do oriente – hindus, persas e babilônicos. Durante este período, no seu exílio o povo judeu entrou em contato com mitos e lendas do oriente, particularmente da Índia e do Irã, convertendo-se os mesmos em parte da tradição judaica. Dentro destes encontram-se os mitos da criação e a idéia tomada dos ensinamentos do zoroastrismo, particularmente a profecia de um redentor ou salvador.

A história da criação não é original dos cristãos – ou dos judeus. Os elementos chaves datam de fontes anteriores ao Antigo Testamento e provêem de áreas geográficas, tais como a Índia, o Oriente Médio, e Grécia. A criação do universo, o mundo e os primeiros seres humanos – partindo do conceito de uno que depois se converte em dois – são temas comuns em algumas das tradições mais antigas. As origens do mito do dilúvio são, também mais antigas. Referências aos mesmos se encontram nos textos da escritura cuneiforme dos sumérios ao redor dos anos 2000 – 1750 AC. Todos os elementos essenciais a respeito da história sobre a criação do mundo encontram-se em fontes pagãs de maior antiguidade.


A idéia da criação ex nihilo nem sempre foi parte da doutrina cristã. A comunidade dos primeiros cristãos não tinha uma posição monolítica a esse respeito. Não foi senão até o dia 20 de maio do ano 325 no Conselho de Nicaea que esta doutrina tornou-se oficial sob a supervisão do imperador romano Constantino.

É interessante notar que as famosas palavras de abertura do Evangelho de João nos dão um ponto de partida ligeiramente diferente a respeito da criação: “No início existia o Verbo, o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. “Verbo” é uma tradução do grego logos, e refere-se a um princípio integrador (lei) que cria a ordem no cosmos. A semelhança com o conceito budista do Dharma – o que nós denominamos Lei Mística – é surpreendente.

Tanto o oriente como o ocidente, compartilham histórias mitológicas sobre a criação. Porém, por volta de 1500, quando os pensadores da Reforma questionavam a veracidade destas histórias, os muçulmanos estudavam que o paraíso e o inferno eram assuntos internos a cada indivíduo, os cabalistas advertiam aos seus discípulos a não tomar a mitologia de maneira literal; porém, a maioria dos cristãos ainda insistiam que o narrado nestas histórias ajustava-se aos fatos reais, ou seja, eram certos e verdadeiros em todos seus detalhes e aspectos.

Desta forma, inicia-se o longo conflito entre o cristianismo e a ciência, ou com maior precisão, o conflito entre dois pontos de vista científicos, separados por 6000 anos – um data de 4000 AC e o outro de 2000 DC.

A interpretação literal do mito da criação em qualquer religião ou cultura tem a desafortunada conseqüência de obrigar às pessoas a escolher entre o coração que anseia acreditar, e o cérebro, que vê que o argumento não é consistente com a observação objetiva dos fenômenos.


Os mitos sobre a criação no oriente, ainda quanto um tanto similares na superfície (a final de contas, são a fonte de onde emanam os mitos do ocidente), porém, são essencial e fundamentalmente diferentes dos do ocidente, num aspecto importante. Os primeiros, geralmente não apresentam distinção entre Deus e o ser humano. O divino encontra “aqui dentro”. No ocidente, porém, de acordo com a Bíblia, o Criador é diferente, separado e “lá fora”, dando-se, assim, o caso de que existe uma brecha intransponível entre ambos. O Budismo, porém, tem como intenção ajudar aos fiéis a realizar a vivência de sua identidadeoriginal na própria vida, aquela identidade que é una com a força criativa, ou Lei Mística. Dentro do cristianismo, a igualdade com o Criador não é possível. O cristianismo tem como propósito restaurar a relação com este “outro” ser absoluto.

Qual é o ponto de vista budista a respeito de nossas origens? As antigas tradições da Índia indicam que os budistas entendiam que o universo era ordenado por ciclos recorrentes de mundos que se manifestavam e desapareciam. Cada ciclo tinha seu término em dilúvio ou fogo. Estes ciclos de formações e destruições de mundos duravam bilhões de anos e ocorriam em todo o universo. Das cinzas ou lodo que resultavam da destruição, um novo ciclo nascia. Este ciclo não tem início nem fim. Mundos e universos eram criados e destruídos como parte de um ciclo interminável de nascimento e morte que operava em escala cósmica.

Para os budistas, então, não existe uma criação no sentido da história bíblica. O universo se formou quando as condições necessárias se deram, baseadas na lei de causa e efeito inerente na própria natureza do universo. Da mesma forma como surge, desaparece. Mas não há uma causa original, como não há um final. O universo é infinito, sem limites de tempo e espaço. “O universo em si mesmo é um ser vital que contém o potencial da vida que desenvolve-se de diferentes formas; é, portanto, definido como a entidade de vida mais grandiosa”.


Os cosmólogos, hoje em dia, postulam a teoria de um universo dinâmico, em fluxo constante. Onde, num ponto, o universo parece ter nascido da causa do “big bang” original e encontra-se em constante expansão, em tanto que, em outro ponto parece encontrar-se num processo de contração e extinção. Mas o universo em si não tem começo ou fim. Este ponto está de acordo com a perspectiva budista.

A Lei Mística é o nome que damos a esta lei de causalidade subjacente que opera eternamente através do universo inteiro. Quando as condições são propícias, surgem planetas. Quando as condições são adequadas, a vida evolui. O oceano gera ondas. O universo gera vida. A vida evolui para o despertar e a iluminação.

O potencial para a vida, para a vida iluminada, existe na própria essência do universo – é uma lei mística natural. Dado que o ritmo universal apóia a vida, podemos descrever a natureza do universo como benevolente. Há os que dão, a esta capacidade inerente criadora para construir o mundo, ao potencial de gerar o universo, o nome de Deus; nós o chamamos Lei Mística de Nam-myoho-renge-kyo."

Fonte - Living Buddhism, edição de julho de 2004, págs. 4-7
Tradução: Ariel Ricci ahricci@gmail.com
Revisão: Marly Contesini mcontesini@estadao.com.br

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bonno Soku Bodai - Desejos Mundanos são Iluminação

"As preocupações são um elemento constante na vida dos seres humanos. Pode ser dito que tal situação é parte intrínseca da vida. Na filosofia budista estas circunstâncias - nas quais os pensamentos e emoções conduzem ao sofrimento e a confusão mental - são consideradas como desejos mundanos.


Mas, o que eles representam ? Basicamente, os desejos mundanos são representados pela avareza, ira, estupidez, arrogância, dúvida e desejos doentios. De forma secundária, inclui devassidão, inconstância e diversos outros tipos de desejos.
Na cultura japonesa, acredita-se que existam cento e oito tipos de desejos. Este número corresponde ao batidas de sino realizadas nos diversos templos japoneses na véspera do Ano Novo. Outra fonte, estabelece o número de oitenta e quatro mil desejos mundanos.



Como os seres humanos são como um ninho de desejos, pode-se afirmar que a forma como lidamos com os nossos impulsos é uma questão de extrema importância em nossas vidas.
Os primeiros três desejos citados acima: Avareza, Ira e Estupidez, são chamados de três venenos. A avareza significa tornar-se um escravo da fome, dos desejos sexuais, do ato de dormir, pela busca fama, entre outros. A ira significa o ódio nutrido pelo indivíduo ou o estado em que estamos sendo controlados pelas nossas emoções impulsivas. A estupidez se refere a incapacidade de compreender a verdadeira natureza das circunstâncias. Assim, se observarmos de forma precisa as nossas vidas, podemos dizer que muitas vezes somos levados pelos três venenos. Além disso, pode-se acrescentar que em inúmeras ocasiões, o nosso sofrimento tem origem no desejo inerente em cada um de nós.



Por esta razão, como devemos lidar com os nossos desejos? No budismo Hinayana, os praticantes são orientados a extinguirem a causa do sofrimento, que seria a própria consciência. Entretanto, como os desejos são parte intrínseca dos seres humanos, a extinção do desejo representa a extinção da própria vida humana.



Em contrapartida, muitas pessoas encaram os desejos como algo inevitável e incontrolável, deixando-se levar pelos seus próprios impulsos e causando a sua própria destruição, assim como do ambiente ao seu redor. Na sociedade atual, podemos presenciar esta tendência devastadora que está destruindo o próprio planeta.
Qual a visão do budismo de Nichiren referente a esta questão? Nos seus Ensinos Orais, consta: "Queime a lenha dos desejos mundanos e contemple o fogo da sabedoria iluminada diante dos seus olhos". Nesta passagem, Nichiren declara que o princípio de transformar os desejos mundanos em sabedoria iluminada é a chave para mudança."


Fonte: Site As Mais Belas Histórias Budistas.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

As 3 provas

"Nichiren Daishonin esclareceu Três Provas que proporcionam um claro padrão para julgar a validade das religiões. São elas: Prova Documental, Prova Teórica e Prova Real.

A Prova Documental é usada no budismo para julgar se os conceitos de uma seita ou escola em particular estão de acordo com os sutras.
A Prova Teórica, ou a prova baseada na razão lógica, é uma prova embaçada em uma análise para verificar se os ensinos de uma religião são compatíveis com a razão. A verdadeira religião dever ser perfeitamente compatível em qualquer área em que a razão possa penetrar.

A Prova Teórica também requer uma consistência com base no sendo comum, assim como as descobertas ou teorias científicas verificáveis.
A Prova Real serve para medir se os ensinos de uma religião são confirmados ou não por resultados reais quando colocados em prática. A Prova Real corresponde na religião à verificação por meio de experimentos ou de testes práticos que se faz na ciência, na engenharia ou em outros campos técnicos."
Fonte: Fundamentos do Budismo pgs 162 e 163.

domingo, 6 de março de 2011

Vibraturgia ou Mantrologia

Recebi um email de uma amiga com uma matéria bastante interessante sobre Vibraturgia ou Mantrologia que reproduzo aqui a título de curiosidade.

Vibraturgia ou Mantrologia é a ciência milenar que se utiliza de sons de poder como instrumento de proteção da mente, sendo responsável pelo seu desenvolvimento e controle, atuando nos níveis mais profundos da consciência. De todas as ciências a mais oculta e poderosa ferramenta existente para auxiliar na realização espiritual e obtenção da saúde e do equilíbrio mental.


Seus dois grandes efeitos:

1. Ação vibratória: Os sons mediante seus efeitos vibratórios, interferem na estrutura molecular da mente e do corpo, produzindo harmonia.

2. Ação protetora: O Mantra também protege contra as influências das forças nefastas que nos cercam e das conseqüências negativas do carma.

Critérios para Utilização de Mantras:

a. Usar o mantra como um ritual sagrado

b. Repetir pelo menos 108 vezes diariamente, durante no mínimo um mês, para que se tornem perceptivos seus efeitos. Em geral se manifesta o potencial energético após cem mil repetições.

c. Deve-se entoá-lo na pronúncia correta e podem ser repetidos em qualquer momento do dia, sendo indicados antes de dormir e ao acordar.

d. Observar quando a entoação ressona no seu interior, mudando o estado de consciência, trazendo o equilíbrio interior.

e. Repetições mentais prolongadas purificam a consciência, os pensamentos e as impressões negativas, funcionando com um jejum mental.

Quando recitados diante do objeto de devoção, é qualificado como MEDITAÇÃO CONTEMPLATIVA: nesta meditação é escolhido um objeto ou uma forma divina para visualização, buscando a consciência única e absoluta que a anima. Essa escolha passa a doar felicidade por meio dos seus atributos divinos, trazendo sentimentos de devoção e amorosidade.


Para se ter eficiência na meditação é necessária a prática constante e persistente.

Quando realizada duas vezes ao dia, durante 20 minutos, favorece:

- Melhoria na oxigenação celular ampliando a atuação do sistema nervoso parassimpático, ocasionando o rejuvenescimento e a redução da pressão arterial.

- Melhoria na redistribuição sanguínea pelo corpo, por meio do relaxamento e redução do estresse.

- Desperta a inteligência e a energia, movimentando criativamente as formas dos pensamentos, auxiliares na queima cármica.

Bibliografia: Ayurveda - A ciência da Longa Vida – Dr. Edson D’Angelo

Capítulo VII – Concepção Ayurvédica do funcionamento da Mente

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Gratitude - Alan Smallwood

Montei esse slide show em cima da música Gratitude do Alan Smallwoood especialmente para a reunião de palestra do meu bloco, o Lagoa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. As fotos foram pinçadas graças à busca de imagens do Google.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Aniversário de Nitiren Daishonin

Hoje é o dia do nascimento de Nichiren Daishonin, o Buda Original dos Últimos Dias da Lei. Em comemoração posto novamente uma matéria sobre a sua vida.


"Nichiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222, em Kominato, na Província de Awa, a leste da atual Baía de Tóquio, como filho de uma família de pescadores. Seu pai chamava-se Mikuni no Tayu e sua mãe, Umeguikunyo.
Quando nasceu recebeu o nome de Zenniti-maro, e com a idade de 12 anos entrou para o templo Seityoji a fim de estudar o budismo.
Com dezesseis anos, entrou para o sacerdócio, tendo como mestre o bonzo Dozen-bo, e recebeu o nome de Zesho-bo, Rentyo. Desse dia em diante, devotou-se inteiramente ao estudo de todas as escrituras budistas.
Ele visitou os principais templos e leu todos os sutras e tratados. Como resultado, aprendeu a essência do budismo, compreendendo a doutrina e o método para a salvação de todas as pessoas. Após dezesseis anos de estudo e prática, compreendeu que o ensino fundamental do budismo é o Sutra de Lótus.
Ao meio-dia de 28 de abril de 1253, no templo Seityoji, ele proclamou o Nam-myoho-renge-kyo como único e verdadeiro ensino de Mappo, estabelecendo o Verdadeiro Budismo. Estava então com 32 anos (1) de idade.
Nessa ocasião, nomeou a si próprio de Nichiren (literalmente, Sol de Lótus).
Quando Daishonin declarou a Verdadeira Lei, refutou a seita Nembutsu (ou Jodo) afirmando ser a causadora do inferno de incessantes sofrimentos. Isso despertou o ódio de Tojo Kaguenobu, lorde da área e seguidor da seita Nembutsu. Banido de Seityoji, Daishonin foi para Kamakura, a sede do governo na época.
Numa pequena cabana, num local chamado Matsubagayatsu, ele iniciou sua atividade para a salvação de todas as pessoas.
Nos dias de Nichiren Daishonin, as três calamidades e os sete desastres (2) aconteceram sucessivamente. Em particular, um grande terremoto abalou Kamakura em agosto de 1257, e destruiu quase todos os seus principais prédios. Tendo como motivo esse terremoto, Daishonin visitou o templo Jissoji para ponderar sobre a causa das três calamidades e dos sete desastres e também sobre como erradicar essa causa. Foi durante sua estada nesse templo que Nikko Shonin tornou-se seu discípulo.
No dia 16 de julho de 1260, Nichiren Daishonin endereçou um tratado intitulado Rissho Ankoku Ron (A Pacificação da Terra por meio da Propagação do Verdadeiro Budismo) para Hojo Tokiyori, um ex-regente que exercia enorme influência sobre o governo da época.
O tratado afirmava que a causa das três calamidades e dos sete desastres estava na calúnia das pessoas à Verdadeira Lei e na aceitação de doutrinas que contradiziam o ensino do Buda.
Entretanto, Tokiyori rejeitou a admoestação de Daishonin. Enquanto isso, com o apoio de Hojo Shiguetoki, o pai do então regente Hojo Nagatoki, um grupo de seguidores da seita Nembutsu reuniu-se em Matsubagayatsu, na cabana de Daishonin, para assassiná-lo. Esse acontecimento é conhecido como “Perseguição de Matsubagayatsu”, e ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260.
Daishonin escapou por pouco dessa perseguição, mas foi banido para a localidade de Ito, na Província de Izu, em 12 de maio de 1261. A ordem do regente — o exílio — foi na realidade uma decisão ilegal embasada somente em seus sentimentos pessoais.
Em fevereiro de 1263, Hojo Tokiyori emitiu o perdão permitindo que Daishonin retornasse a Kamakura. No dia 11 de novembro de 1264, quando Nichiren Daishonin ia visitar Kudo Yoshitaka, chefe do poderoso clã em Awa e um de seus devotados seguidores, sua comitiva chegou a um local chamado Komatsubara, onde subitamente, a tropa de Tojo Kaguenobu atacou. Essa foi a “Perseguição de Komatsubara”.
No dia 18 de janeiro de 1268, emissários mongóis chegaram a Kamakura levando ordens de submissão ou guerra. Presenciando a invasão estrangeira que ele havia predito no Rissho Ankoku Ron, mais uma vez admoestou os governantes, dizendo que deveriam converter-se ao Verdadeiro Budismo.

No dia 12 de setembro de 1271, Hei no Saemon, chefe da força militar, ordenou que Daishonin depusesse na corte para investigações. Daishonin enfrentou-o destemidamente e advertiu-o sobre a conduta errônea do governo. Como resultado, dois dias depois ele foi preso como um rebelde por guerreiros liderados por Hei no Saemon. Esse chefe militarista arbitrariamente decidiu decapitar Daishonin à meia-noite no campo de execução de Tatsunokuti, em Kamakura.

Entretanto, não foi possível decapitá-lo, pois no momento da execução, “um corpo celeste tão brilhante quanto a Lua surgiu repentinamente na direção de Enoshima e atravessou rapidamente o céu de Sudeste a Noroeste. Era pouco antes da alvorada e estava muito escuro para ver o rosto de qualquer pessoa, entretanto, o objeto clareou todos. O carrasco caiu cobrindo sua face, e seus olhos cegaram-se. Em pânico, alguns soldados fugiram para longe, outros caíram de seus cavalos e outros ainda esconderam-se atrás das selas.” (“Comportamento do Buda”, END, vol.1, pág.163.) Esse acontecimento é chamado de “Perseguição de Tatsunokuti”.
Nesse momento, Nichiren Daishonin abandonou sua condição transitória como Bodhisattva Jogyo, ao mesmo tempo em que provou a si mesmo ser o Buda Original da Suprema Sabedoria. Esse fato é chamado de Hosshaku Kempon (abandonar a forma transitória e revelar a verdadeira identidade).

Após a tentativa malsucedida de execução, o governo decidiu banir Daishonin para a Ilha de Sado. Forçado a permanecer numa pequena choupana, sem alimentos e em meio a um frio intenso, ele sofreu ataques contínuos por parte dos bonzos inimigos que viviam no local. Apesar de viver em circunstâncias tão severas, Daishonin escreveu muitas obras importantes nesse local.

O exílio em Sado dividiu em duas fases a vida dedicada à propagação. Desde que recitou pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo em 28 de abril de 1253 até o seu segundo exílio na Ilha de Sado, ele somente propagou o Daimoku e não se referiu aos “Três Grandes Ensinos Fundamentais”. Após a Perseguição de Tatsunokuti e seu exílio em Sado, Nichiren Daishonin assume a sua identidade como Buda Original dos Últimos Dias da Lei, ou o Buda Original da Suprema Sabedoria. Posteriormente, ele inscreveu o Gohonzon, expondo seus importantes ensinos e finalmente atingindo o propósito de seu advento — o estabelecimento do Gohonzon do Verdadeiro Budismo.
Dos escritos que completou na Ilha de Sado, os dois mais importantes são “Abertura dos Olhos” e “O Verdadeiro Objeto de Adoração”. Ele iniciou a preparação de “Abertura dos Olhos” em 1271 e terminou em fevereiro de 1272. Essa escritura é a prova documental da revelação do Buda Original. Nela Nichiren Daishonin expõe que ele próprio é possuidor das “três virtudes de soberano, mestre e pais”, e que é o “Buda Original dos Últimos Dias da Lei”, ou o “objeto de adoração em termos de Pessoa”.
Ele escreveu “O Verdadeiro Objeto de Adoração” em abril de 1273, no qual esclareceu que o Gohonzon é o objeto de devoção para a salvação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei e a forma como o Daimoku deve ser recitado. Nichiren Daishonin inscreveu a sua condição de vida em forma de um mandala, revelando desse modo o “objeto de devoção em termos de Lei”.
Assim, ele ensina que as pessoas nos Últimos dias da Lei devem abraçar o Gohonzon de nimpo ikka (unicidade de Pessoa e Lei) e recitar o Daimoku com fé a fim de atingir a iluminação nesta vida.
Perdoado de seu exílio na Ilha de Sado em fevereiro de 1274, Nichiren Daishonin retornou a Kamakura em março. Em 8 de abril, apresentou-se perante Hei no Saemon, oficial representante do regente Hojo Tokimune.
Diferente da primeira ocasião, Hei no Saemon mostrou-se gentil e polido quando perguntou a Nichiren Daishonin sua opinião sobre o ataque mongol, e quando isso ocorreria. Daishonin respondeu claramente: “Eles certamente chegarão ainda este ano”, como consta no Gosho “Comportamento do Buda”. Também admoestou os oficiais contra a aceitação de religiões heréticas e solicitou-lhes que buscassem a fé no Verdadeiro Budismo a fim de evitar a invasão.
Entretanto, uma vez mais recusaram a advertência e Daishonin decidiu viver em reclusão na Vila haguiri, situada aos pés do Monte Minobu, na Província de Kai.
Em outubro de 1274, as forças mongóis atacaram Ikki e Tsushima, duas das ilhas situadas no Sudoeste do Japão, e então seguiram para a Baía Hakata, na costa nordeste de Kyushu. Nichiren Daishonin devotou-se totalmente preparando os seus discípulos e trabalhando em volumosas teses tais como "Seleção do Tempo” e “Retribuição aos Débitos de Gratidão”. Além disso, transferiu oralmente seus profundos ensinos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin, os quais se encontram no Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais), Hyaku Rokka Sho (As Cento e Seis Comparações) e Honnin-myo Sho (Sobre a Verdadeira Causa).
Em 21 setembro de 1279, vinte camponeses e seguidores de Nichiren Daishonin, que viviam Atsuhara, foram injustamente detidos. Eles foram levados a Kamakura e aprisionados, sendo coagidos a abandonar a fé no Budismo de Daishonin, mas persistiram, sem ceder às torturas praticadas pelos guardas de Hei no Saemon. Mais tarde, os três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados, enquanto dezessete outros seguidores foram banidos de suas terras. Essa foi a “Perseguição de Atsuhara”.
Mais tarde, Daishonin mudou-se para um templo chamado Minobu-zan Kuonji. Depois, transferiu a totalidade de seus ensinos a Nikko Shonin. Em 13 de outubro de 1282, faleceu aos 61 anos (3) na residência de Munenaka Ikegami.

Notas:
1. No sistema japonês de contagem, considera-se que a pessoa já tenha um ano de idade no ano de seu nascimento

2. Três calamidades e sete desastres: Calamidades e desastres causados pela calúnia ao Verdadeiro Budismo. As três calamidades são: guerra, pestes e fome. Os sete desastres são:
(1) eclipse solar ou lunar
(2) movimento anormal dos corpos celestes ou aparecimento de cometas
(3) destruição geral pelo fogo
(4) irregularidades meteorológicas tais como tempestades e alterações anormais de temperatura
(5) ventanias e furações
(6) seca prolongada
(7) destruição do país por lutas internas ou por invasão estrangeira

3. Vide nota 1."

Texto, Exame de Budismo 2.000, págs. 48-50. Colaboração Bloco Parc des Princ
e, Barra, RJ