quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Como mudar a essência de sua vida


"1) Primeiro de tudo, antes de começar a orar: RELAXE, LIMPE SEU CORAÇÃO.
Porém, especialmente: LIMPE SUA MENTE, SUA CABEÇA. É importante ser muito natural.
2) Segundo, quando recitar daimoku você realmente precisa usar os olhos.
3) Concentre-se no Gohonzon.
4) Então escute a sua voz.
5) Concentre-se na parte central do Gohonzon: "Myoho" = místico.
Você tem que usar seus olhos. Isto é extremamente importante.
Quando você usa seus olhos sua mente pára. Limpe sua mente concentrando-se com seus olhos. Deixe que seus pensamentos descansem, usando seus olhos.
Quando você está ocupado pensando o tempo todo, sua mente está absorvendo energia. Isto significa que sua mente está se fortalecendo, porém a essência de sua vida não está mudando porque a energia não está sendo dirigida para ela.
O que você deve fazer é olhar para o Gohonzon com poder e deixar que sua mente relaxe... O Gohonzon de sua vida já sabe de sua preocupação e desejos.
6) Mantenha tudo em seu coração. Somente invoque daimoku com seus olhos fixos no Gohonzon.
Então, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo se sintonizará com a essência de sua vida.
Nam-Myoho-Rengue-Kyo derreterá e dissolverá o carma. Se transformará em fortaleza para que você possa ser suficientemente forte e tenha claridade metal para realizar seus desejos.
7) Dessa forma, você deverá desfrutar do ato de recitar daimoku porque você está sentindo, percebendo a essência de sua vida. Você estará se fundindo com o potencial mais levado de sua vida – representado pelo Gohonzon - sua natureza de Buda.
8) Quando você está pensando em estratégia você não estará elevando seu estado de vida.
Imaginação positiva é uma coisa mas estratégias não o são.
9) Quer dizer se você está tratando de imaginar COMO ou DE QUE FORMA, não vai realizar seus desejos, você estará utilizando de estratégias.
O correto é imaginar seus desejos JÁ REALIZADOS...
10) As orações devem vir do coração!
11) O Gohonzon (nossa própria vida) conhece nossos desejos e preocupações.
Mantenha seus desejos e preocupações em seu coração, concentre-se no Gohonzon e simplesmente recite daimoku.
12) Se você puder simplesmente fazer um daimoku e um bom Gongyo, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo se fortalecerá, se aprofundará, se expandirá, dissolverá o carma difícil e desenvolverá resultados positivos.
13) Portanto, o daimoku deverá vir da essência de nossa vida.
Quando você cerra seus olhos e evita olhar para o Gohonzon, o poder para fusionar o centro de sua vida com o Gohonzon se debilita e a mente "joga" com você.
Recitemos o daimoku claramente, confortavelmente, confiantemente.
Não leia enquanto recita daimoku! Não faça nada enquanto recita daimoku! Apenas recite daimoku!
Quando você ler, LEIA. Quando recitar daimoku, RECITE DAIMOKU.
Depois de um bom daimoku, você pode ler, ou sua agenda pessoal pode requerer que você saia rapidamente para trabalhar, ou fazer as coisas que necessita.
14) Você pode ter uma vida muito ocupada, mas tenha um daimoku ocupado!
Não esteja ocupado enquanto recitar daimoku – CONCENTRE-SE!
15) Por meio de um daimoku concentrado, pode-se derreter qualquer tipo de carma negativo.
Recite daimoku; é o momento de cultivar nossa vida, não de pensar acerca de estratégias para solucionar nossos problemas. Recitar daimoku é o momento de enriquecer nossa natureza de Buda e quando enriquecermos nossa natureza de Buda também enriqueceremos nossa sabedoria para saber resolver nossos problemas.
Em minha mente: Imaginação positiva. Em meu coração: Oração profunda. Em minha boca: Daimoku claro.

Fonte - Orientação de Ted Morino – SGI – USA – Vice Diretor. Contribuição Fátima Cyrilo

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Significado dos oferecimentos ao Gohonzon

"1. Porque oferecemos incensos e velas ao Gohonzon?
Em relação a pratica do Gongyo e Daimoku, limpar o oratório, oferecer arroz, frutas, água e folhas verdes de shikimi e, ainda, queimar velas e incensos todas a manhas e noites nas orações são expressões fundamentais da nossa sinceridade, por meio da qual acumulamos grande boa sorte. Ha muitas parábolas nas escrituras budistas que contam os grandes benefícios obtidos pelo oferecimento de velas ou luzes ao Buda. O 23° capítulo do Sutra de Lótus, "Bodhisattva Yakuo", conta a historia do Bodhisattva Yakuo, que recebeu incalculáveis benefícios por queimar seus ossos em oferecimento ao Buda. O sutra Kengu explana sobre uma mulher pobre que vendeu seu próprio cabelo para comprar um pouco de linho e óleo e oferecer claridade ao Buda. O sutra diz que sua lamparina continuou acesa por toda a noite, enquanto outras lamparinas doadas por ricos senhores aparam-se com um forte vento.
De acordo com essas escrituras budistas, lamparinas ou velas têm sido oferecidas nos templos budistas desde tempos antigos. A luz simboliza a sabedoria do Buda porque ilumina a escuridão.
Nesse sentido, incense e velas têm sido amplamente usados como oferecimento típicos ao Buda. Contudo, se é impossível oferecer isso, por exemplo, por causa de crianças pequenas que não entendem ou porque não pode obter folhas verdes, pode-se usar luz elétrica em vez de velas, ou substituir o shikimi por folhas artificiais. O mais importante é servir ao Gohonzon com todo o coração e não ficar preocupado demais com as formalidades dos oferecimentos.

2. Porque batemos o sino ao fazer o Gongyo?
O significado real de utilizarmos o sino ao fazer o Gongyo é louvar o Buda por meio do som. É como tocar uma música agradável que da paz e tranquilidade ao ouvinte. Portanto, o sino não deve ser batido violentamente e de preferência deve-se utilizar um sino que produza um som agradável.
Por outro lado, quando se faz o Gongyo em grupo, o sino é utilizado para indicar o início e o fim das orações. Entretanto, a razão fundamental é louvar o Buda.

3. Porque oferecemos shikimi ao Gohonzon, em vez de oferecer flores bonitas?
Porque o shikimi é uma árvore aromatica e sempre verde, e as outras flores murcham logo, não obstante o quanto possa parecer belas ao florir. Nichiren Daishonin nos ensinou que nossa vida é eternal; as folhas de shikimi, sempre verdes, simbolizam a eternidade da vida. Esta é a primeira razão.
Outras razões por que oferecemos o shikimi é para agradecer ao Buda com sua fragrância. Na Índia, quando Sakyamuni pregou seus ensinamentos, ao seu redor havia muitas plantas aromáticas, tais como ales e sandalo. Mas, no Japão, a única planta aromatica apropriada para oferecer ao Buda é o shikimi.
Fora do Japão onde não se encontra o shikimi, São usadas outras especies de plantas tais como o pinheiro e outras semelhantes. Pode-se oferecer, entretanto, qualquer outro ramo que seja sempre verde.
4. Porque oferecemos água ao Gohonzon?
A água sempre foi considerada um símbolo de pureza. Desdes os tempos antigos, oferecer água pura sempre foi considerado como sendo um gesto dos mais nobres, pois ter acesso a água potável não era algo muito simples, como atualmente. Até hoje quando alguém visita nossa casa, nós oferecemos água! No caso do Gohonzon a água deve ser oferecida apenas durante o Gongyo da manhã. Uma vez terminada a liturgia, deve-se se esvaziar o recipiente, evitando joga-la fora pelo ralo ou algo assim. O ideal é colocar a água na natureza, como num vaso de planta ou até mesmo bebe-la."

Fonte: Guia Pratico do Budismo, pg 52, 98 e 102. Editora Brasil Seikyo – Julho de 2000.
Colaboração Izabella Salomão

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Nichiren Daishonin

Nichiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222, em Kominato, na Província de Awa, a leste da atual Baía de Tóquio, como filho de uma família de pescadores. Seu pai chamava-se Mikuni no Tayu e sua mãe, Umeguikunyo.
Quando nasceu recebeu o nome de Zenniti-maro, e com a idade de 12 anos entrou para o templo Seityoji a fim de estudar o budismo.
Com dezesseis anos, entrou para o sacerdócio, tendo como mestre o bonzo Dozen-bo, e recebeu o nome de Zesho-bo, Rentyo. Desse dia em diante, devotou-se inteiramente ao estudo de todas as escrituras budistas.
Ele visitou os principais templos e leu todos os sutras e tratados. Como resultado, aprendeu a essência do budismo, compreendendo a doutrina e o método para a salvação de todas as pessoas. Após dezesseis anos de estudo e prática, compreendeu que o ensino fundamental do budismo é o Sutra de Lótus.
Ao meio-dia de 28 de abril de 1253, no templo Seityoji, ele proclamou o Nam-myoho-renge-kyo como único e verdadeiro ensino de Mappo, estabelecendo o Verdadeiro Budismo. Estava então com 32 anos (1) de idade.
Nessa ocasião, nomeou a si próprio de Nichiren (literalmente, Sol de Lótus).
Quando Daishonin declarou a Verdadeira Lei, refutou a seita Nembutsu (ou Jodo) afirmando ser a causadora do inferno de incessantes sofrimentos. Isso despertou o ódio de Tojo Kaguenobu, lorde da área e seguidor da seita Nembutsu. Banido de Seityoji, Daishonin foi para Kamakura, a sede do governo na época.
Numa pequena cabana, num local chamado Matsubagayatsu, ele iniciou sua atividade para a salvação de todas as pessoas.
Nos dias de Nichiren Daishonin, as três calamidades e os sete desastres (2) aconteceram sucessivamente. Em particular, um grande terremoto abalou Kamakura em agosto de 1257, e destruiu quase todos os seus principais prédios. Tendo como motivo esse terremoto, Daishonin visitou o templo Jissoji para ponderar sobre a causa das três calamidades e dos sete desastres e também sobre como erradicar essa causa. Foi durante sua estada nesse templo que Nikko Shonin tornou-se seu discípulo.
No dia 16 de julho de 1260, Nichiren Daishonin endereçou um tratado intitulado Rissho Ankoku Ron (A Pacificação da Terra por meio da Propagação do Verdadeiro Budismo) para Hojo Tokiyori, um ex-regente que exercia enorme influência sobre o governo da época.
O tratado afirmava que a causa das três calamidades e dos sete desastres estava na calúnia das pessoas à Verdadeira Lei e na aceitação de doutrinas que contradiziam o ensino do Buda.
Entretanto, Tokiyori rejeitou a admoestação de Daishonin. Enquanto isso, com o apoio de Hojo Shiguetoki, o pai do então regente Hojo Nagatoki, um grupo de seguidores da seita Nembutsu reuniu-se em Matsubagayatsu, na cabana de Daishonin, para assassiná-lo. Esse acontecimento é conhecido como “Perseguição de Matsubagayatsu”, e ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260.
Daishonin escapou por pouco dessa perseguição, mas foi banido para a localidade de Ito, na Província de Izu, em 12 de maio de 1261. A ordem do regente — o exílio — foi na realidade uma decisão ilegal embasada somente em seus sentimentos pessoais.
Em fevereiro de 1263, Hojo Tokiyori emitiu o perdão permitindo que Daishonin retornasse a Kamakura. No dia 11 de novembro de 1264, quando Nichiren Daishonin ia visitar Kudo Yoshitaka, chefe do poderoso clã em Awa e um de seus devotados seguidores, sua comitiva chegou a um local chamado Komatsubara, onde subitamente, a tropa de Tojo Kaguenobu atacou. Essa foi a “Perseguição de Komatsubara”.
No dia 18 de janeiro de 1268, emissários mongóis chegaram a Kamakura levando ordens de submissão ou guerra. Presenciando a invasão estrangeira que ele havia predito no Rissho Ankoku Ron, mais uma vez admoestou os governantes, dizendo que deveriam converter-se ao Verdadeiro Budismo.

No dia 12 de setembro de 1271, Hei no Saemon, chefe da força militar, ordenou que Daishonin depusesse na corte para investigações. Daishonin enfrentou-o destemidamente e advertiu-o sobre a conduta errônea do governo. Como resultado, dois dias depois ele foi preso como um rebelde por guerreiros liderados por Hei no Saemon. Esse chefe militarista arbitrariamente decidiu decapitar Daishonin à meia-noite no campo de execução de Tatsunokuti, em Kamakura.

Entretanto, não foi possível decapitá-lo, pois no momento da execução, “um corpo celeste tão brilhante quanto a Lua surgiu repentinamente na direção de Enoshima e atravessou rapidamente o céu de Sudeste a Noroeste. Era pouco antes da alvorada e estava muito escuro para ver o rosto de qualquer pessoa, entretanto, o objeto clareou todos. O carrasco caiu cobrindo sua face, e seus olhos cegaram-se. Em pânico, alguns soldados fugiram para longe, outros caíram de seus cavalos e outros ainda esconderam-se atrás das selas.” (“Comportamento do Buda”, END, vol.1, pág.163.) Esse acontecimento é chamado de “Perseguição de Tatsunokuti”.
Nesse momento, Nichiren Daishonin abandonou sua condição transitória como Bodhisattva Jogyo, ao mesmo tempo em que provou a si mesmo ser o Buda Original da Suprema Sabedoria. Esse fato é chamado de Hosshaku Kempon (abandonar a forma transitória e revelar a verdadeira identidade).Após a tentativa malsucedida de execução, o governo decidiu banir Daishonin para a Ilha de Sado. Forçado a permanecer numa pequena choupana, sem alimentos e em meio a um frio intenso, ele sofreu ataques contínuos por parte dos bonzos inimigos que viviam no local. Apesar de viver em circunstâncias tão severas, Daishonin escreveu muitas obras importantes nesse local.
O exílio em Sado dividiu em duas fases a vida dedicada à propagação. Desde que recitou pela primeira vez o Nam-myoho-renge-kyo em 28 de abril de 1253 até o seu segundo exílio na Ilha de Sado, ele somente propagou o Daimoku e não se referiu aos “Três Grandes Ensinos Fundamentais”. Após a Perseguição de Tatsunokuti e seu exílio em Sado, Nichiren Daishonin assume a sua identidade como Buda Original dos Últimos Dias da Lei, ou o Buda Original da Suprema Sabedoria. Posteriormente, ele inscreveu o Gohonzon, expondo seus importantes ensinos e finalmente atingindo o propósito de seu advento — o estabelecimento do Gohonzon do Verdadeiro Budismo.
Dos escritos que completou na Ilha de Sado, os dois mais importantes são “Abertura dos Olhos” e “O Verdadeiro Objeto de Adoração”. Ele iniciou a preparação de “Abertura dos Olhos” em 1271 e terminou em fevereiro de 1272. Essa escritura é a prova documental da revelação do Buda Original. Nela Nichiren Daishonin expõe que ele próprio é possuidor das “três virtudes de soberano, mestre e pais”, e que é o “Buda Original dos Últimos Dias da Lei”, ou o “objeto de adoração em termos de Pessoa”.
Ele escreveu “O Verdadeiro Objeto de Adoração” em abril de 1273, no qual esclareceu que o Gohonzon é o objeto de devoção para a salvação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei e a forma como o Daimoku deve ser recitado. Nichiren Daishonin inscreveu a sua condição de vida em forma de um mandala, revelando desse modo o “objeto de devoção em termos de Lei”.
Assim, ele ensina que as pessoas nos Últimos dias da Lei devem abraçar o Gohonzon de nimpo ikka (unicidade de Pessoa e Lei) e recitar o Daimoku com fé a fim de atingir a iluminação nesta vida.
Perdoado de seu exílio na Ilha de Sado em fevereiro de 1274, Nichiren Daishonin retornou a Kamakura em março. Em 8 de abril, apresentou-se perante Hei no Saemon, oficial representante do regente Hojo Tokimune.
Diferente da primeira ocasião, Hei no Saemon mostrou-se gentil e polido quando perguntou a Nichiren Daishonin sua opinião sobre o ataque mongol, e quando isso ocorreria. Daishonin respondeu claramente: “Eles certamente chegarão ainda este ano”, como consta no Gosho “Comportamento do Buda”. Também admoestou os oficiais contra a aceitação de religiões heréticas e solicitou-lhes que buscassem a fé no Verdadeiro Budismo a fim de evitar a invasão.
Entretanto, uma vez mais recusaram a advertência e Daishonin decidiu viver em reclusão na Vila haguiri, situada aos pés do Monte Minobu, na Província de Kai.
Em outubro de 1274, as forças mongóis atacaram Ikki e Tsushima, duas das ilhas situadas no Sudoeste do Japão, e então seguiram para a Baía Hakata, na costa nordeste de Kyushu. Nichiren Daishonin devotou-se totalmente preparando os seus discípulos e trabalhando em volumosas teses tais como "Seleção do Tempo” e “Retribuição aos Débitos de Gratidão”. Além disso, transferiu oralmente seus profundos ensinos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin, os quais se encontram no Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais), Hyaku Rokka Sho (As Cento e Seis Comparações) e Honnin-myo Sho (Sobre a Verdadeira Causa).
Em 21 setembro de 1279, vinte camponeses e seguidores de Nichiren Daishonin, que viviam Atsuhara, foram injustamente detidos. Eles foram levados a Kamakura e aprisionados, sendo coagidos a abandonar a fé no Budismo de Daishonin, mas persistiram, sem ceder às torturas praticadas pelos guardas de Hei no Saemon. Mais tarde, os três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados, enquanto dezessete outros seguidores foram banidos de suas terras. Essa foi a “Perseguição de Atsuhara”.
Mais tarde, Daishonin mudou-se para um templo chamado Minobu-zan Kuonji. Depois, transferiu a totalidade de seus ensinos a Nikko Shonin. Em 13 de outubro de 1282, faleceu aos 61 anos (3) na residência de Munenaka Ikegami.

Notas:
1. No sistema japonês de contagem, considera-se que a pessoa já tenha um ano de idade no ano de seu nascimento

2. Três calamidades e sete desastres: Calamidades e desastres causados pela calúnia ao Verdadeiro Budismo. As três calamidades são: guerra, pestes e fome. Os sete desastres são:
(1) eclipse solar ou lunar
(2) movimento anormal dos corpos celestes ou aparecimento de cometas
(3) destruição geral pelo fogo
(4) irregularidades meteorológicas tais como tempestades e alterações anormais de temperatura
(5) ventanias e furações
(6) seca prolongada
(7) destruição do país por lutas internas ou por invasão estrangeira

3. Vide nota 1.

Texto, Exame de Budismo 2.000, págs. 48-50. Colaboração Bloco Parc des Princ
e, da BSGI, Barra, RJ

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sobre o Tempo

Gostaria de compartilhar com vocês algumas palavras sobre o Tempo.
Hoje, 14 de fevereiro de 2009, às 5:25 entramos oficialmente na era de Aquarius. Creio que muito de vocês devam conhecer a música do espetáculo Hair de 40 anos atrás, que fala de um alinhamento astrológico ("When the Moon is in the seveth house and Jupiter align with Mars...") quando a Paz guiará os planetas e o Amor varrerá as estrelas.
Coincidência ou não, esse é o objetivo de todos aqui presentes
assim como o de todos os membros da Soka Gakkai.
Voltando no tempo até Sakyamuni, o início do Capítulo Hoben começa com o Buda dizendo:Ni Ji Se Son - "Nesse Momento".
Sensei Ikeda tem uma boa explanação sobre "Esse Momento" no seu livro Preleção Do Sutra de Lótus. Em uma parte ele cita o presidente Toda falando sobre a que tempo o Buda se refere:
"Nesse Momento refere-se ao conceito de tempo empregado no Budismo. Difere do tempo no sentido que costumamos usar para indicar as horas, estações do ano ou para especificar uma época. Resumidamente, o tempo no sentido expresso no Sutra
refere-se ao momento em que o Buda percebendo a ansiedade das pessoas em ouvi-lo, aparece a fim de expor seu ensino."
O Buda é aquele que mais profundamente compreende o tempo. Ele aguarda o instante propício, cria o momento e expõe a Lei de acordo com o tempo. Essa é a sabedoria e benevolência do Buda.

Nichiren Daishonin através da sua recitação solitária do Nam myoho renge kyo fez com que "a terra se abrisse e milhares de bodhisatvvas imergissem" da mesma maneira como ocorreu na Cerimônia do Ar. E esses Bodhisatvvas somos todos nós.
Assim foi o início da luta que hoje empreendemos para que o mundo se torne um lugar melhor para se viver.
"Esse Momento" está sempre ligado com o agora.
Como todos sabemos, segundo a Lei, plantando hoje colhemos amanhã.
Na época de Sakymuni os ensinos eram transmitidos oralmente. Nichiren nos seus exílios escreveu muitas cartas (os goshos) para os seus discípulos que chegavam a cruzar vales, montanhas, rios, desertos, distâncias imensas até alcançarem o seu destino. Hoje dispomos de um conexão global instantânea onde a informação é transmitida com uma velocidade nunca antes vista.
"Esse Momento" é o de avançarmos para a concretização do Kossen Rufu lançando mão de todas as formas que dispomos nesse nosso agora a fim de propagarmos cada vez mais o Verdadeiro Budismo. E com a participação ativa de cada um de nós no dia a dia, atingiremos infalivelmente a Paz Mundial.
Minhas palavras de abertura da Reunião de Palestra comemorando a fundação da Comunidade Barra da Tijuca, da BSGI, RJ

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Vida e Morte


"A vida e a morte integram o ritmo intrínseco da Lei Mística. Myo representa a morte, e ho, a vida. Os seres vivos que passam por essas duas fases da vida e da morte são entidades dos Dez Mundos, ou entidades do Myoho-renge-kyo. Devemos compreender que os seres vivos e seu ambiente, juntamente com as causas e os efeitos que agem dentro de sua própria vida, todos constituem a Lei de renge (o lótus).
A frase “os seres vivos e seu ambiente” indica os fenômenos da vida e da morte. Então, fica claro que, onde existe vida e morte, a lei de causa e efeito, ou a Lei do lótus, está em ação.
Nenhum fenômeno — seja o céu seja a terra, yin ou yang, o Sol ou a Lua, os cinco planetas, ou quaisquer dos mundos, desde o Inferno até o estado de Buda — está livre das duas fases da vida e da morte. A vida e a morte são simplesmente as duas funções do Myoho-renge-kyo.
Nichiren Daishonin explica que myo (místico) representa a morte, e ho (Lei), a vida. Isso significa que a Lei Mística incorpora as “duas fases da vida e da morte”, ou a vida em sua totalidade. Em outras palavras, a vida e a morte integram e são inerentes à Lei Mística, a lei fundamental do Universo. De fato, ambas constituem seu ritmo inato.
Com base no conceito de origem dependente, o budismo afirma que tudo existe numa relação de interdependência, ou seja, nada existe isoladamente. Os seres vivos, os fenômenos e suas diversas causas e condições, surgem, mudam e desaparecem numa rede de inter-relações infinita. Quando pensamos nisso, o fato de o Universo estar infinitamente interconectado, e a vida e a morte de todos os seres individuais fazerem parte dessa rede interdependente é algo realmente maravilhoso e insondável. Por isso, a lei do Universo se chama “Lei Mística”.
Myo (místico) corresponde à morte e ho (Lei), à vida. Como ho representa os fenômenos manifestos, corresponde à vida manifestada como seres vivos individuais. Myo, por sua vez, significa “místico ou inescrutável” e corresponde à morte. Isso denota que o vasto Universo com o qual todos os seres se fundem quando morrem é difícil de compreender.

A relação entre a Lei Mística e a vida e a morte pode ser comparada a uma onda que surge na superfície do mar e volta a fundir-se com a massa de água oceânica. O oceano corresponde à Lei Mística, e a onda, a uma vida individualizada ou fenômeno. O movimento padrão das ondas que surgem do oceano e a ele retornam, corresponde ao ciclo de nascimento e morte. Deve-se observar, entretanto, que a vida individual, ao morrer, não é tragada pelo oceano da Lei Mística nem desaparece como um observador acredita, que as ondas simplesmente desaparecem quando se reintegram à massa oceânica.
Se considerarmos que no oceano há diversas correntes, invisíveis da superfície, pode-se dizer que a diferença entre a vida e a morte é a mesma que há entre as ondas que surgem na superfície e as correntes que circulam no fundo do oceano. A essência vital de um indivíduo não se extingue com a morte. A vida e a morte são, simplesmente, movimentos ondulantes da Lei Mística. Os movimentos que o mar registra em suas profundezas afloram na superfície como ondas, e então submergem novamente no oceano como correntes invisíveis. Da mesma forma, uma onda de vida que se manifesta na superfície do oceano da Lei Mística, ao morrer funde-se novamente com a massa oceânica e continua com suas ondulações, mesmo não sendo visíveis. Mas quando as condições forem propícias, essa essência de vida surgirá novamente como uma nova onda."
Fonte - Seleção de texto: Doralice e Paulo Bruno, Bloco Lagoa Mar, da BSGI. 17/5/97
Digitação - Paulo Bruno.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Budismo e Cristianismo


"Na sua essência, o cristianismo, juntamente com o judaísmo e o islamismo, são classificados como religiões reveladas: em que Deus fala aos homens. Uma religião revelada é caracterizada pela livre comunicação salvadora que Deus faz de si mesmo ao homem pecador, em Cristo, pela comunicação pessoal e, ao mesmo tempo, comunitária (Igreja).
Já o budismo situa-se no grupo das religiões classificadas como salvíficas. São aquelas religiões portadoras dos meios de que o homem precisa para salvar-se dos sofrimentos presentes e conseguir a felicidade. Neste grupo encontram-se, além do budismo, o confucionismo, o taoísmo, o hinduísmo. Estas religiões, como o fizeram Zaratustra, alguns filósofos gregos e profetas judeus, que, espiritualizando e aprofundando o pensamento, abriram caminho a uma religiosidade, ao mesmo tempo pessoal e universal.
O cristianismo, fiel à tradição do pensamento religioso ocidental, considera o homem inteiramente dependente da graça de Deus ou da Igreja, na sua qualidade de instrumento terreno exclusivo da obra da redenção sancionado por Deus. O homem é infinitamente pequeno, um quase nada, enquanto a graça de Deus é tudo. E esta graça vem de fora. Provém de uma outra fonte: Deus. No cristianismo, o homem procura conciliar os favores de Deus mediante o temor, a penitência, as promessas, a submissão, a auto-humilhação, as boas obras e os louvores. Se modificarmos um pouco a fórmula e em lugar de Deus colocarmos outra grandeza, como, por exemplo, o mundo, o dinheiro, teremos o quadro completo do homem ocidental zeloso, temente a Deus, piedoso, humilde, empreendedor, cobiçoso, ávido de acumular apaixonada e rapidamente toda a espécie de bens deste mundo tais como riqueza, saúde, conhecimentos, domínio técnico, prosperidade pública, bem-estar, poder político, conquistas etc. Quais são os grandes movimentos propulsores de nossa época? Justamente as tentativas de nos apoderarmos do dinheiro ou dos bens dos outros e de defendermos o que é nosso. A inteligência se ocupa principalmente em inventar ’ismos’ adequados para ocultar seus verdadeiros motivos ou para conquistar o maior número possível de presas. O budismo, seguindo a tradição oriental, sublinha o fato de que o homem é a única causa eficiente de sua própria evolução superior. Ao contrário do cristianismo, acredita na “auto-redenção”, ou seja, o homem é Buda e se salva por si próprio.
O budismo se baseia na realidade psíquica enquanto condição única e fundamental da existência. A psique é o elemento mais importante, é o sopro que tudo penetra, ou seja, a natureza de Buda; é o espírito de Buda, o Uno, o Dharma-kaya. Toda vida jorra da psique e todas as suas diferentes formas de manifestação se reduzem a ela. É a condição psicológica prévia e fundamental que impregna o homem em todas as fases de seu ser, determinando todos os seus pensamentos, ações e sentimentos."
Texto cedido pelo Bloco da BSGI Parc des Prince, Barra