terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Nichiren e a Grande Invasão Mongólia - o filme

Como prometido, posto hoje o filme inteiro com legendas em português "Nichiren to Moko Daishurai aka Nichiren and the Great Mongol Invasion" (Nichiren e a Grande Invasão Mongólia), rodado em 1958.
Agradecimentos para Ronny Campos que me repassou a legenda traduzida pelo Google Translator, que usei com base para fazer a versão final.

Por favor, compartilhem, passem, repassem, usem e abusem!
Você pode assistir pelo Blog ou clicar AQUI para baixar o filme.










quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Nichiren e a Grande Invasão Mongólia, legendas.

Há um tempo que estou para colocar legendas em português no filme Japonês "Nichiren to Moko Daishurai aka Nichiren and the Great Mongol Invasion" (Nichiren e a Grande Invasão Mongólia), rodado em 1958. Já havia conseguido a legenda em Inglês, e resolvi agora colocar mãos à obra.  Já estou no verbete nº 658, de um total de 1547, quase na metade!
O filme estará AQUI depois de pronto.




sábado, 10 de novembro de 2012

10 Exércitos de Maldades

Mais um texto do Sr Sago, dessa vez sobre as Maldades.

Dizem que ao observar os amigos, seria possível se entender uma pessoa. Se olhar os que o seguem, também se  poderia avaliar as capacidades de liderança de uma pessoa. Se observar os subordinados poderia se saber o tamanho e capacidades de um líder. 
Então como seriam as forças do Demônio do 6º céu?
No “Ben dono ama gozen gosho” consta:  “O demônio do 6º céu convoca os 10 exércitos e ataca o devoto do sutra de lótus”.
10 exércitos são 10 batalhões que seguem as ordens do líder dos demônios.
O demônio do 6º céu desafia o devoto do sutra de lótus, ordenando os 10 exércitos, para atacar também seus discípulos.
Vamos olhar de perto cada um desses, todos são os soldados fortes que desejam  corresponder  à espectativa do seu líder.


O nome do 1º exército é desejo.
Por exemplo, tanto a doação da lei ou de objetos e valores, não consegue colocar em prática, sendo derrubado por  desejos,  seria um aspecto de que perdeu com este exército do mal.


2º exército é melancolia.
Quando se fica afundando na tristeza e o coração cheio de melancolia, este 
exército será premiado por rei.


3º exército é fome e sede. 
Fome e sede físico e espirítual.

4º exército é apego aos amores.
Vem atacar nos 5 desejos e tentar desviar o coração de continuar nos caminhos dos exercícios budistas.

5º exército é sono.
Quando o sono vem na hora de recitar daimoku, deve descobrir que é do ataque deste exército.


6º exército é medo.
Medo de críticas e perseguições.

7º exército, arrependimento.
É o arrependimento de ter praticado este budismo.

8º exército é ira.
Ira de diversas causas

9º exército é procura de fama e fortuna.

10 º exército é arrogância e menosprezar outros.
Assim, podemos tomar conhecimento da força do rei dos demônios. Não devemos nos descuidar. Mas, também não precisamos ter medo.

Se tiver forte "shinjin" ao gohonzon, podemos derrubar todos. E através destas lutas, polimos nossa fé e aumentamos ainda mais a boa sorte no coração.
Eiichi Sago             



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Desejos


Tenho recebido por email alguns textos do Sr Sago, um dos pioneiros do Budismo Nitiren no Brasil, e gostaria de compartilhar aqui no blog algumas dessas verdadeiras pérolas de sabedoria!
Para iniciar a série, "Desejos".


"Uma força inerente que arrasta você à vida de sofrimento é o
desejo!
Por isso Sakyamuni na sua 1ª tentativa nos sutras hinayana, ensinou que o mortal comum tem de aniquilar os seus desejos.
Por outro lado, desejos também são a fonte de atividade humana, ação e movimento, mãe de todos os progressos.
Se o ser humano não tivesse nenhum desejo, como é que ficaria este mundo? Seria tão monótono, parado, muita inércia e até poderia haver confusões.
Daí o budismo mahayana ensinou que não é aniquilar os desejos. É ver e observar claramente os desejos. Observar os desejos não é ficar como escravo dos desejos. Com sabedoria se pode controlar os desejos, e utilizando os desejos, se pode criar energias para diversos progressos.
No Budismo de Nitiren Daishonin, libertando  ainda mais das  austeridades e proibições, o ser humano é totalmente liberado. Com inteligência e sabedoria, os homens devem controlar os desejos e direcionarem suas vidas para viverem felizes.
Pois é, os desejos são facas de dois gumes, se você se libertar demais, os desejos desenfreados fazem você como escravo deles.
Se com inteligência e sabedoria, você conseguir controlar, poderiam se tornar como fonte de progresso e desenvolvimento.
Então, vale a pena você ficar mais forte com os exercícios budistas, conseguir e observar e controlar seus desejos... que às vezes são incontroláveis. Vamos lutar para isso também!"
Agosto de 2012  
Eiichi Sago

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mp3 Daimoku

Precisa de ajuda ou incentivo para fazer um Daimoku longo? Aqui tem um mp3 com quase 1 hora de Daimoku para baixar ou tocar online: Daimoku 58

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tina Turner Chanting Nam Myoho Renge Kyo

O post de hoje é mais uma curiosidade musico-cultural, digamos. É um vídeo da Tina Turner recitando a 1a parte do Gongyo e recitando Daimoku em cima de uma música base maravilhosa. Espero que curtam.

sábado, 9 de junho de 2012

SGI na Rio+20 – Exposição Sementes da Esperança

Sementes da Esperança visa conscientizar quanto a mudança de postura frente aos dilemas que assolam a humanidade.
Qual futuro almejamos? Como superar os conflitos e construir uma civilização calcada no respeito, na confiança e na dignidade humana? A exposição Sementes da Esperança - Visões de sustentabilidade, passos para a mudança – retrata o futuro que desejamos, mostra as perspectivas de sustentabilidade possíveis e aponta os passos para a mudança. Como parte das ações da Soka Gakkai Internacional (SGI) dentro da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 – a mostra estará aberta à visitação de 16 de junho a 15 de julho, no Planetário do Rio de Janeiro, com entrada franca.


A principal mensagem de Sementes da Esperança é a conscientização sobre a importância de se repensar a relação entre os seres humanos para superar os conflitos decorrentes da discriminação – intolerância étnico-religiosa, social, política e econômica. E, em especial, conscientizar os membros da família humana de que todos vivemos no mesmo planeta, e que a harmonia entre homem e meio ambiente é crucial para a plenitude global. Só assim será possível obter um real desenvolvimento sustentável. Sua realização é uma parceria entre a SGI e a Iniciativa Carta da Terra Internacional (ECI).
Sementes da Esperança já percorreu 20 países e territórios e visitada por 1,5 milhão de pessoas. O poder da transformação é o ponto comum que une os princípios da ECI e da SGI e conduz esta montagem. Os princípios da Carta da Terra são destacados em todos os painéis da exposição, que retratam de forma geral, os três fundamentos da Agenda 21: Aprender, Refletir e Empoderar.
Especialmente para esta edição brasileira, a mostra ganhará uma extensão denominada “Ambiências Urbanas no Brasil – Sujeitos e Ambientes em Constante Transformação” que apresenta as múltiplas dimensões da compreensão e concepção do espaço urbano brasileiro. Os temas abordados são: a forma como ocorreu a apropriação do território brasileiro; o modelo de desenvolvimento adotado; a formação do povo brasileiro; e, a reflexão sobre a possibilidade de uma “nova revolução” da vida que possa influir diretamente no equilíbrio do planeta e na convivência de todos os seres vivos.
Até novembro de 2011, a exposição Sementes da Esperança havia sido traduzida para quatro idiomas e montada em importantes espaços e eventos em 20 países e territórios, como: palácio de Haia, na Holanda; Centro para a Educação Ambiental da Índia; Conferência Anual da NGO do Departamento de Informações Públicas das Nações Unidas, em Bom; e na Olimpíada da Juventude, em Cingapura.

ATIVIDADES DA SGI NA RIO+20
Além da exposição– a SGI apresentará o documentário Cultivando Sementes da Esperança na Amazônia, especialmente feito para a ocasião. O filme mostra a atuação do Centro de Projetos e Estudos Ambientais da Amazônia (CEPEAM), junto à comunidade e pela preservação da floresta. O CEPEAM é mantido pela Associação Brasil SGI, representante brasileira da SGI. O filme será lançado oficialmente em 15 de junho, na abertura da mostra, mas está disponível no site da SGI clicando aqui. 
E, no dia 20 de junho, às 19h, na sala T-10 do Rio Centro, a SGI promoverá uma mesa de discussões sobre aprendizado para o empoderamento. Trata-se de um encontro de experiências sobre Educação relacionada com os conceitos de: sustentabilidade, paz & desarmamento e direitos humanos.

SOBRE A SGI
A Soka Gakkai Internacional (SGI) é uma organização não governamental (ONG) filiada às Nações Unidas, que visa à promoção de valores como a paz e o respeito humano. No âmago do movimento da SGI encontra-se o ideal da educação pela cidadania global. Por meio de ampla variedade de atividades, a SGI tem por meta a conscientização das responsabilidades com a sociedade, com o meio ambiente e com o futuro do planeta. Trata-se de educação no sentido mais amplo da palavra e não se limita às salas nem a um grupo em particular.

A SGI NO BRASIL
Valorizar cada vida de forma a promover o desenvolvimento humano em prol da construção de uma cultura de paz. Este é o objetivo primordial da Associação Brasil SGI (BSGI), desde a sua fundação. Para tanto, busca contribuir com ações conscientes que promovam o potencial humano, proporcionando a plenitude de cada indivíduo e abolindo qualquer tipo de discriminação.
Constituída em 1960, por Daisaku Ikeda, a entidade é a representante da SGI, em terras brasileiras. Com base em sua missão vêm promovendo exposições, intercâmbios com universidades e museus entre outras atividades nas áreas da educação e da cultura.

Serviço:
Exposição
Sementes da Esperança - Visões de sustentabilidade, passos para a mudança.
Local: Fundação Planetário
(Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100 – Gávea – RJ)
De 16 de junho a 15 de julho de 2012
Horário: Seg. a Sex., das 10h às 17h;
            Sáb. e Dom, das 14h às 18h
Contato: Wallace Moura – wallace@bsgi.org.br
             Fone: (021) 7762-2338 e (021)9732-3304



domingo, 3 de junho de 2012

A Teoria do Nada e o Conceito Budista Kuu


 O post de hoje vem do Facebook, via Marcus Vinicius Barros Reis do grupo Filosofia Budista e Budismo Nichiren, um lugar que vale a pena sempre dar uma passada quando se está online 

A TEORIA DO NADA

A visão científica

De que é constituído o Universo? Esta é, muito provavelmente, uma das primeiras perguntas que o homem fez. A primeira é, sem dúvida, sobre a origem do Universo. Não há cultura que não tenha tentado dar resposta a essas indagações. Os cientistas procuram elaborar sofisticadas teorias ou comprovações experimentais para explicar a natureza do cosmo. Para o astrofísico Hubert Reeves, nem a ciência sabe como surgiu o Universo. “Ela não sabe se o Universo teve uma origem.” A grande explosão (Big Bang, em inglês) é só uma metáfora sobre o estado do cosmo há cerca de vinte bilhões de anos. 
O questionamento sobre a constituição do Universo sempre fez parte do homem. Porém, na verdade, nem mesmo com o estudo dos átomos chegou-se a uma resposta completa. No início do século passado, o que se dizia é que o Universo era todo formado por átomos que, por sua vez, eram constituídos de prótons, elétrons e nêutrons. Mas hoje sabe-se que os prótons e nêutrons são formados por outras partículas, denominadas quarks e glúons, o que conduz à conclusão de que a matéria é formada por elétrons, quarks e glúons, mas essa conclusão não cobre tudo. A luz faz parte também deste universo, sendo denominada de fótons. Tem-se, portanto, outros ingredientes para a matéria: os elétrons, os quarks, os glúons e os fótons. Há, porém, outras partículas de um tipo diferente, produzidas em reações nucleares como as que ocorrem no Sol ou em reatores aqui na Terra, chamadas de neutrinos. Assim, tem-se átomos (com elétrons, quarks e glúons), fótons e neutrinos e muitos outros tipos. Segundo Rogério Rosenfeld, professor da Unicamp e PhD em Física pela Universidade de Chicago, o Universo tem apenas 5% de átomos, 30% de uma partícula elementar ainda desconhecida e 65% de um meio difuso (que não se concentra em galáxias) cuja origem não se conhece.


O vasto Universo contém bilhões de galáxias. Só a Via Láctea contém cerca de cem bilhões de estrelas. Durante um bom tempo, o paradigma científico afirmou que o Universo era constituído da mesma matéria do planeta Terra: átomos, fótons e neutrinos. Mas as observações do astrônomo suíço Fritz Zwicky mostraram que o peso das galáxias (ou, mais precisamente, a quantidade de massa) é cerca de cem vezes maior que o de todas as estrelas da galáxia, somadas. Ficou claro que entre as estrelas há um tipo de matéria que não irradia luz, a chamada “matéria escura”. Uma fração muito menor é de fótons e neutrinos. Logo, a maior parte do Universo não é feita do mesmo material de que nós somos feitos: os átomos. Não há uma resposta conclusiva para a constituição da maior parte do Universo. Cientistas têm se aproximado da fronteira do infinitamente pequeno, como também vem ocorrendo com a fronteira do macroscópico, o infinitamente grande. As pesquisas da dinâmica das galáxias indicam que 30% dessa composição é matéria escura, formada por um novo tipo de partícula elementar. Pela descoberta feita em 1997 (e que a revista Science considerou uma das mais importantes do século XX), sabe-se que 65% do Universo é composto por “algo difuso”, que não se concentra em galáxias e que provoca a expansão acelerada do Universo. Um estudo recente (de 2003) feito com base na análise de dados do satélite-telescópio WMAP levou à conclusão surpreendente de que 73% do peso do Universo vem do vazio. Vazio, porém, cheio de energia cósmica numa espécie de matéria escondida. As partículas que surgem, desaparecem em um tempo extremamente curto a ponto de não se perceber este efeito. Como disse o astrofísico John Bahcal, do Instituto de Estudo Avançado em Princeton: “Nós temos de aprender a entender esse Universo pouco atrativo, meio louco e implausível, pois não temos alternativa. Da matéria que existe, 85% são de um tipo que não conhecemos, e a maior parte da energia do Universo é de uma forma ainda mais bizarra. Medimos quantidades importantes, respondemos certas perguntas, e outras ainda mais desafiadoras surgiram em seu lugar. E tudo isso, ao olharmos para a primeira luz”, ou seja, os cientistas não sabem ainda qual é a constituição original do Universo. Sabem que algo existe no vácuo, o qual representa quase todo o Universo, porém é muito mais pesado que todo o resto do cosmo.



Existem muitos estudos em relação ao cosmo e uma das teorias que vem sendo estudada com maior interesse é a teoria do Big Bang. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, em seu livro Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa observa: “De acordo com os teóricos da explosão, o Universo explodiu há aproximadamente vinte bilhões de anos e todos os elementos básicos tomaram forma nos primeiros trinta minutos. Quando são levantadas questões como o que existia antes da contagem dos 20 bilhões de anos e o que causou a explosão, os proponentes dessa teoria são incapazes de responder. (...)
“Por outro lado, a teoria de um universo estático não tem sido aceita porque a idéia de uma criação infindável de nova matéria é contrária ao nosso tradicional conceito científico da física. No entanto, achamos essa teoria interessante. A idéia básica é a de uma criação contínua de nova matéria que se espalha em ondas, de modo que o cosmo se expande sem mudar a sua consistência fundamental. Não há princípio nem fim.”
Ikeda apresenta a suposição de que “o universo físico, pelo que conhecemos, tem um diâmetro de vinte bilhões de anos-luz e sua idade é de 20 bilhões de anos. São números imensos, mas pelo menos são finitos e constituem os limites físicos da cosmologia do nosso tempo. Além dessas fronteiras, podemos nos apoiar apenas na imaginação. Pode ser ainda que o nosso cosmo não passe de uma parte de um supercosmo muito mais amplo, ou talvez exista um cosmo companheiro, composto inteiramente de antimatéria. Realmente conhecemos unicamente os limites do que sabemos e não do que pode existir”.
Em relação à geometria do Universo, o que os cientistas vêm descobrindo? Um estudo realizado por um grupo liderado por Jean-Pierre Luminet, do Observatório de Paris, sugere que a geometria do Universo, numa escala gigante, pode ser de um dodecaedro esférico, composto por gomos pentagonais. 
Se uma pessoa caminhar indefinidamente à procura do “fim do Universo”, acabará voltando ao ponto de partida. Essas idéias já circulam na física desde Albert Einstein, que, com sua teoria da relatividade, propôs um modelo de cosmos esférico e fechado. Um grupo liderado por Max Tegmark, da Universidade da Pensilvânia, apontou que os dados sugeriam uma conformação finita para o Universo. “Que forma ele teria, não sabemos”, disse na época Angélica de Oliveira Costa, brasileira que participou desse estudo. Luminet parece ter dado o próximo passo, sugerindo a estrutura da bola de futebol. Traduzida para as quatro dimensões do Universo, essa formação faria com que um objeto que saísse de um dos gomos da bola emergisse em outro, do outro lado. Parece uma idéia esdrúxula, mas é a solução que apresenta hoje maior compatibilidade com os dados, segundo George Ellis, da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, que comentou o estudo publicado na revista Nature. Em conclusão, mesmo a geometria do Universo continua a ser um enigma.

A visão budista — o conceito de kuu


O budismo considera todas as coisas como fenômenos. E nenhum fenômeno possui natureza imutável ou independente. É isso o que expressa o conceito de kuu (shunya ou shunyata, em sânscrito), comumente traduzido como vácuo, vazio, não-substancialidade, latência ou nada. Porém, nenhuma dessas traduções é satisfatória. Alguns estudiosos ocidentais do budismo deram ao termo uma outra versão: relatividade. Porém, na obra Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa, Daisaku Ikeda observa que essa tradução “tende a associá-lo à ciência dos físicos e, conseqüentemente, ao mundo material”.
O conceito budista de kuu está associado a um outro chamado de origem dependente, isto é, de que todos os fenômenos ou entidades ocorrem somente por meio do relacionamento com outros e, conseqüentemente, não possuem uma natureza isolada nem existem por si só. Portanto, a verdadeira natureza de todos os fenômenos é a da não-substancialidade e, estes, não podem ser definidos somente sob a ótica dos conceitos de existência e inexistência. Nagarjuna, um erudito do Budismo Mahayana e um dos principais discípulos sucessores de Sakyamuni, explanou este conceito da não-substancialidade como sendo o do Caminho do Meio, mostrando os extremos que representam as categorias de existência e de não-existência. Vejamos como exemplo o sentimento humano. O sentimento certamente existe na vida das pessoas. Entretanto, enquanto dormem, ele parece não mais existir. Mas, ao acordarem, imediatamente ele se manifesta. Assim, torna-se difícil defini-lo como existência e como inexistência. Embora sua existência pareça ser inegável, no momento seguinte ele desaparece, e vice-versa. Qual seria então a verdade sobre este fenômeno: existência ou não-existência? O conceito de kuu se aplica exatamente a estas situações em que a análise da existência e da não-existência não leva a uma conclusão.


Em “Sobre atingir o estado de Buda nesta existência”, Nichiren Daishonin afirma: “Qual é então o significado de myo? Myo é simplesmente a misteriosa natureza de nossa vida a cada instante, que a mente não consegue compreender e que não pode ser expressa em palavras. Quando observamos nossa própria mente em qualquer momento, não percebemos a cor nem a forma para comprovar sua existência. No entanto, não podemos dizer que ela não existe pelo fato de incessantes pensamentos nos ocorrer. A mente não pode ser considerada como algo existente nem inexistente. A vida é de fato uma realidade que transcende tanto as palavras como os conceitos de existência e inexistência. Ela não é nem existência nem inexistência, no entanto, mostra características de ambas. É a entidade mística do Caminho do Meio, ou seja, a realidade fundamental. Myo é o nome dado à natureza mística da vida, e ho, a suas manifestações.” 

O objetivo prático que está por trás desta idéia da não-substancialidade é a da eliminação dos apegos a fenômenos transitórios e ao próprio ego, isto é, a percepção de ser uma identidade independente e imutável. 
O princípio de três percepções da verdade, ou simplesmente três verdades (santai), ajuda na compreensão do conceito de kuu. De acordo com este princípio, a realidade última de todo e qualquer fenômeno é formada pelas três percepções da verdade: a verdade da não-substancialidade (kuu-tai), a verdade da existência temporária (ke-tai) e a verdade do caminho do meio (tyu-tai). A verdade da não-substancialidade significa que nenhum fenômeno possui uma existência por si só; sua verdadeira natureza é a da não-substancialidade e não pode ser definida somente em termos de existência ou de não-existência. A verdade da existência temporária significa que todos os fenômenos, apesar da não-substancialidade, possuem uma realidade temporária que está em constante mutação. A verdade do caminho do meio significa que a verdadeira natureza de todos os fenômenos não é nem a da não-substancialidade nem a da realidade temporária, pois ambas se manifestam sempre. Portanto, o caminho do meio é a essência de tudo contida tanto no seu estado manifesto como latente.
Fazendo um comparativo com o corpo humano, da mesma forma que ocorre no macrocosmo, as pessoas também não percebem, mas a cada instante, nascem e morrem várias e várias células sadias ou destrutivas. Não se pode dizer que um indivívuo não tem células destrutivas, pois o câncer pode se manifestar repentinamente, assim como doenças inéditas podem se desenvolver de uma forma jamais imaginada por ele. Do mesmo modo, existem tipos de vírus que a cada dia, surpreendem a todos dificultando encontrar soluções a curto prazo, por ter sua origem desconhecida. Enfim, não se sabe de toda potencialidade existente em todo Universo, porque a cada instante pode-se conhecer novas galáxias, planetas, estrelas, cada qual com seu despertar natural, que é essa vida e morte ininterrupta e dinâmica. Um entendimento mais completo sobre o conceito de kuu dificilmente poderá ser realizado somente por estudos científicos. Por outro lado a ciência vem se aproximando do conceito que o budismo chama de kuu, de que a vida é eterna, ela sempre existiu e existirá.

domingo, 27 de maio de 2012

Interagindo com a Terra


Reproduzo aqui um texto de Tsunessaburo Makiguti (1871-1944), um educador reformista que, em 1930, fundou a Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Criadora de Valores), precursora da atual Soka Gakkai. Este artigo é um excerto da obra Geografia da Vida Humana, publicada pela primeira vez em 1903 e pode ser encontrado no site www.culturadepaz.org.br.

Interagindo com a Terra 

                                                                            
Nascemos na Terra. Somos inspirados pela Terra e morremos na Terra. A Terra é nosso lar. Lidar com a Terra pode ser um importante primeiro passo em nossos preparativos para aprender sobre o mundo que nos foi dado nascer, a Terra que nos nutre a cada dia que vivemos. Então, como podemos observar e fazer contato com nosso ambiente?
Em primeiro lugar, podemos dizer que há duas formas como interagimos com a Terra. Uma é física, a outra é espiritual. Nosso contato direto e inicial com a Terra é físico, como com os outros animais e as plantas. Em outras palavras, todas as conexões que fazemos com a Terra são feitas através de nosso organismo. Mas é por meio de nossa interação espiritual com a Terra que as características que pensamos como verdadeiramente humanas são despertadas e nutridas em nós. Imagine-se em ambiente tranquilo cercado de campos verdes, água límpida, montanhas majestosas e rios dirigindo-se aos oceanos, o vento tocando suavemente nossas faces enquanto os raios de sol descem através das nuvens. Seu coração e espírito ficam arrebatados pela beleza, frescor e maravilha da experiência.


"Esse estado inquiridor da mente é o ponto de partida para uma interação mais profunda com o nosso ambiente e um verdadeiro aprendizado."
É como se o coração e a mente que estavam adormecidos são repentinamente despertos e estimulados para buscar uma comunhão intelectual com o ambiente. Nossa curiosidade natural acelera e começamos a apreciar a maravilhosa diversidade da natureza, quem sabe nos tornando curiosos sobre a cultura e os costumes do local. Esse estado inquiridor da mente é o ponto de partida para uma interação mais profunda com o nosso ambiente e um verdadeiro aprendizado.

Interação e crescimento

Inicialmente, nossa interação com o ambiente pode ser superficial. Você observa as montanhas e os rios, por exemplo, apenas em um nível muito superficial, como alguma coisa "lá". Mas, à medida que desenvolve sua própria vida e seus interesses pessoais, não ficará satisfeito com essa superficialidade. Desejará ir além e experimentar formas mais profundas de associação. O tipo ou tipos particulares de interação que terá com o mundo ao redor em um momento de sua vida dependerá, em primeiro lugar, de quem ou o que você é, e em segundo, quando e como a interação ocorre.


Algumas pessoas, assim que se tornam familiarizadas com seu ambiente, ficam curiosas para 
aprender mais sobre as rochas, árvores, qualidade da água, energia hidráulica etc. e começam a pensar como fazer uso delas. Podem imaginar e conhecer mais sobre alturas, extensão, formas, origens e meios pelos quais essas várias características fundamentais influenciam seu ambiente. Ou podem querer ver essas mesmas coisas com olhos artísticos e expressar essa experiência na poesia, literatura, pintura ou música. Por outro lado, podem perceber a montanha, o rio ou o rochedo diante delas como um campo de treinamento para sua resistência física ou bravura.
Ou ainda podem 
perceber a união da natureza com o cosmo vendo a mesma montanha ou rio.Existem, portanto, diferentes níveis ou profundidades pelos quais uma pessoa pode interagir com o ambiente. É por meio da interação com esse mundo exterior que experimentamos um crescimento pessoal saudável e equilibrado. Portanto, digo que esse mundo exterior, especialmente o ambiente natural, pode ser verdadeiramente um educador, nosso esclarecedor, líder e conselheiro. Nossa felicidade na vida está muito conectada com a natureza; ela depende da intimidade ou da profundidade de nosso relacionamento com a natureza. Quando indivíduos cujas características tornaram-se equilibradas e moralmente maduras por meio de profundas interações com o ambiente natural se reúnem, a sociedade que criam propiciará um ambiente social aberto e saudável, capaz de nutrir o crescimento individual.

Agradecimentos Fernanda Baumhardt

sábado, 12 de maio de 2012

Slide Show com a tradução do Gongyo

Dia 22 de maio completo 4 anos de Gohonzon e para comemorar resolvi montar um slide show com a tradução do Gongyo para postar especialmente aqui no BudaNaWeb.
Para baixar clique em Download.
Para assistir em tela cheia click no Retângulo no canto direito.

Sutra do Lotus Slide Show

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A semente germinou

Uma frase que gosto muito e procuro sempre que possível colocar em prática é: "Ao ajudar outras pessoas a se tornarem felizes, nós também nos tornamos felizes."
Assim sendo, é  com grande alegria que reparto com todos que frequentam o blog um relato que me deixou transbordando de felicidade! A boa notícia chegou em forma de email, que reproduzo aqui na íntegra, com a devida autorização da remetente.




De: Sandra 
Sandra Denise Baeta Pensante
Assunto: Re: Me converti, Muito Obrigada!
Data: 5 de Abril, 2012, 10:50:31 PM GMT -03:00
Para: Cesinha Chaves

Olá Cesinha, com certeza não se lembra de mim são muitas pessoas que visitam seu blog, eu creio que foi em 2010 que te mandei um e-mail sobre dúvidas de diferenças existentes entre o Kardecismo e o Budismo, você respondeu que eles convergiam para direções opostas, algo mais ou menos assim.
Eu continuei visitando seu site, para tirar dúvidas, porque eu não queria perguntar à pessoa da qual eu era chakubuku, tinha receio que ela insistisse, e eu ainda não estava preparada. Muitas dificuldades depois, acordei um dia de madrugada com a voz de uma mulher, recitando daimoku no meu ouvido direito, acho que era oriental, mas não posso afirmar, daí uma profunda e sincera vontade de recitar daimoku surgiu no meu interior.

Com a ajuda das suas faixas de daimoku e gongyo do blog, passei a recitar, procurei a pessoa que fazia chakubuku, perguntei se podia fazer sem compromisso, ela disse – Claro!!! Daí para procurar um bloco na região onde estou morando e me converter, creio que foram 02 meses.

Algumas pessoas acharam que me converti rapidamente, mas minha estoria com o budismo vem desde quando eu tinha uns 9 anos de idade, meu bisavô praticou por um tempo, desisitiu, minha mãe conta que era porque ele não tinha leitura e achava difícil..., não conseguia acompanhar o ¨livrinho¨; depois tive um colega no colégio que me falava sempre do budismo; e depois o irmão do meu, na época namorado, agora meu marido, começou namorar uma moça budista que começou fazer chakubuku comigo. Atualmente ela é minha cunhada.

Muito Obrigada, a semente germinou, me sinto forte e feliz!!!! Seu blog me ajudou muito e ainda me ajuda.

Sandra Denise Pesante


quarta-feira, 21 de março de 2012

Sutra do Lótus em Português

Quer ler o Sutra de Lótus na íntegra?
Encontrei uma versão Portuguesa feita por Marcos Ubirajara de Carvalho e Camargo, que 
traduziram The Wonderful Dharma Lotus Flower Sutra, que por sua vez foi traduzido do original em chinês por The Buddhist Text Translation Society in USA.


domingo, 11 de março de 2012

Dodes'ka-den

Como curiosidade publico aqui a sequência inicial do filme de 1970 de Kurosawa, Dodes'ka-den.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sutra do Lótus: Um tratado sobre a vida e o Universo

O Sutra do Lótus (ou Saddharma-pundarika Sutra em sânscrito) é um dos mais importantes textos do Budismo Mahayana, utilizado amplamente por religiosos da China, Coréia, Japão e de outras regiões do Leste Asiático. Na China, ele é chamado Miao-fa lien-hua ching, ou Fa-hua Ching, e no Japão, Myoho-renge-kyo, ou Hokekyo.






Não se sabe exatamente quando foi escrito ou em que idioma. A razão para isso é que, nos primeiros anos do budismo, os ensinos eram transmitidos apenas oralmente, de uma geração a outra. Escrever não era considerado uma ocupação digna, ficando a escrita reservada apenas para transações comerciais e não para tradições religiosas. Contudo, acredita-se que o Sutra do Lótus tenha sido escrito pela primeira vez em algum dialeto da Índia ou da Ásia Central e posteriormente vertido para o sânscrito, a língua clássica da Índia antiga, o que lhe teria dado maior respeitabilidade.
Acredita-se também que o Sutra do Lótus tenha sido escrito em dois tipos de sânscrito, o “puro” (que segue as regras estabelecidas pelo gramático Panini) e o “híbrido budista” (que mistura o sânscrito com o prácrito, um dialeto popular da Índia antiga). O que se sabe ao certo é que o Sutra de Lótus já existia por volta do ano 255 d.C., quando foi feita a primeira versão para o chinês.
Acredita-se também que tenha havido pelo menos seis traduções para o chinês, das quais são conhecidas três: a primeira de Dharmaraksha, escrita no ano 286 em dez volumes e 27 capítulos; a segunda, de Kumarajiva, por volta do ano 406; e a terceira, de Jisanagupta e Dharmagupta, feita em 601, escrita em sete volumes e 27 capítulos. Mas foi a tradução feita por Kumarajiva, a melhor de todas, que popularizou esse texto, não somente na China mas em várias outras regiões que mantinham relações com esse país.
Na Índia, Nagarjuna citava com freqüência o Sutra do Lótus em seu Daitido Ron (Tratado sobre o Sutra da Perfeita Sabedoria) e Vasubandhu escreveu um comentário sobre esse sutra intitulado Kusha Ron (Tratado sobre o Sutra do Lótus)Ao longo dos séculos, o Sutra do Lótus foi também traduzido para várias línguas, como o tibetano, o mongol, o manchu, o coreano e o japonês, entre outras. No Ocidente, a primeira tradução foi para o francês, feita por Eugène Burnouf em 1852. A primeira tradução para o inglês do Sutra de Lótus foi feita pelo pesquisador holandês Jan Hendrik Kern em 1884, a partir de uma versão em sânscrito datada de 1039. Embora considerada uma boa tradução para a época, ainda não eram compreendidos muitos termos e expressões budistas e, assim, a tradução de Kern possui muitas inadequações consideradas à luz dos conhecimentos de hoje. Uma outra tradução mais aceita, embora incompleta, foi feita em 1930 por Bunno Kato, a partir de uma versão chinesa do texto de Kumarajiva, revisada pelo professor William Soothill. A versão em inglês oficialmente utilizada pela SGI foi elaborada pelo professor Burton Watson, da Universidade de Columbia, feita a partir de um texto em chinês e de um em japonês.




Ao longo dos séculos, o Sutra do Lótus foi também traduzido para várias línguas, como o tibetano, o mongol, o manchu, o coreano e o japonês, entre outras. No Ocidente, a primeira tradução foi para o francês, feita por Eugène Burnouf em 1852. A primeira tradução para o inglês do Sutra do Lótus foi feita pelo pesquisador holandês Jan Hendrik Kern em 1884, a partir de uma versão em sânscrito datada de 1039. Embora considerada uma boa tradução para a época, ainda não eram compreendidos muitos termos e expressões budistas e, assim, a tradução de Kern possui muitas inadequações consideradas à luz dos conhecimentos de hoje. Uma outra tradução mais aceita, embora incompleta, foi feita em 1930 por Bunno Kato, a partir de uma versão chinesa do texto de Kumarajiva, revisada pelo professor William Soothill. A versão em inglês oficialmente utilizada pela SGI foi elaborada pelo professor Burton Watson, da Universidade de Columbia, feita a partir de um texto em chinês e de um em japonês.


De qualquer forma, todas essas traduções auxiliaram a popularizar o Sutra do Lótus no Ocidente, vindo a estabelecer-se como um importante texto da literatura mundial. Em todo caso, é digno de menção a grande dificuldade de se traduzir o Sutra do Lótus, seja para o chinês ou para qualquer outro idioma, dada a complexidade de seus termos — muitos deles sem correlatos em qualquer idioma — de seus simbolismos e de sua complexa cosmogonia.
O termo sânscrito do título, saddharma, é traduzido usualmente como “boa lei”, mas essa tradução não expressa totalmente seu conteúdo. O termo sat, ou sad, provém da raiz sânscrita que significa “existir” e significa algo como “verdadeiro”, “real”, “genuíno” ou “autêntico”. O termo dharma pode ser traduzido como “doutrina” ou “ensino”, mas também pode ser interpretado como “verdade” ou até mesmo como “essência real dos fenômenos”. Juntando-se os dois termos, saddharma, o resultado seria algo como “verdade absoluta”.
Pundarika significa “lótus branco” (no sânscrito, flores de lótus de diferentes cores possuem diferentes nomes). Dessa forma, o título desse sutra seria “Lótus Branco da Verdade Absoluta”. Esse título remete à idéia de que, embora o lótus cresça no pântano, as pétalas de suas flores são puras e imaculadas. Assim, a flor de lótus é um símbolo de pureza em meio à impureza, ou da iluminação em meio às questões seculares.
Já “sutra” é um termo que designa antigos tratados da Índia.




A tradução de Kumarajiva existente atualmente divide o Sutra do Lótus em 28 capítulos, os quais consistem de uma combinação de um texto em prosa (escrito originalmente em sânscrito “puro”) e um texto em versos (escrito originalmente em sânscrito “híbrido budista”). Os versos eram utilizados antigamente para facilitar a memorização dos ensinos pelos seus seguidores. É provável que a parte em prosa tenha sido acrescida posteriormente para tornar o texto uma narrativa contínua, originando sua forma final.
Antigamente, quase todos os sutras budistas iniciavam com a frase “Assim eu ouvi”. Acredita-se que esse início servia para indicar que um ensino do Buda se seguiria. A pergunta que se pode fazer é “quem ouviu?”. De acordo com uma tradição budista, o ouvinte seria Ananda, primo de Sakyamuni e um de seus discípulos. Outra explicação para essa frase é a de que cada pessoa é um ouvinte, indicando que todos possuem inerentemente a natureza de Buda.


O erudito chinês Tient’ai (537–597), um dos grandes estudiosos do budismo, fundador da escola Tendai e organizador do cânone budista, foi um dos maiores propagadores do Sutra do Lótus na China. Em seu Hokke Guengui (Profundo Significado do Sutra do Lótus), Tient’ai formulou uma classificação comparativa entre todo o conjunto de sutras dos chamados cinco períodos e oito ensinos e considerou o Sutra do Lótus como o mais importante de todos os sutras. Com base no Sutra do Lótus, Tient’ai escreveu também mais duas importantes obras: Hokke Mongu (Palavras e Frases do Sutra do Lótus) e Maka Shikan (Grande Concentração e Discernimento).
Em 804, o monge Saityo, também conhecido como Grande Mestre Dengyo, levou o budismo da escola Tendai para o Japão. Dengyo acreditava que todas as pessoas possuíam a natureza de Buda e que o Sutra do Lótus era o verdadeiro ensino que expunha a iluminação.
Mas coube a Nichiren Daishonin (1222–1282), fundador do Budismo Nichiren, revelar a verdade intrínseca ao Sutra do Lótus, especificamente em seus capítulos “Meios” (Hoben) e “Revelação da Vida Eterna do Buda” (Juryo) e manifestá-la pela invocação de seu título em japonês, estabelecendo assim a prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo.
Daishonin, que constantemente utilizava passagens do Sutra do Lótus ao expor seus ensinos aos seguidores e para escrever suas cartas, conhecidas como Gosho, baseava-se nos comentários sobre o Sutra de Lótus feitos por Tient’ai. Em várias de suas passagens, ele cita frases e parábolas do Sutra do Lótus, muitas vezes num linguajar simplificado tornando, assim, mais acessível a compreensão dos ensinos contidos nesse sutra.
Fonte: Edição 407 - Publicado em 01/Julho/2002 - Página 3
Grato a Anne Almeida pela matéria.



sábado, 21 de janeiro de 2012

Ciência, Nam-Myoho-rengue-kyo, Gohonzon

Achei no grupo do Facebook "Budismo de Nichiren Daishonin" esse texto que achei genial e resolvi compartilhar aqui no blog.
É uma resposta da Maria Notoya à pergunta: "Poderia explicar cientificamente o efeito produzido sobre uma pessoa quando recita o Nam-Myoho-renge-kyo diante do Gohonzon?"


"Antes de mais nada, recitar o Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon é uma "conversação" entre a energia que existe intrinsecamente na vida do universo e na do homem; um fenômeno de interação entre a vida individual e a vida universal. A compreensão da vida humana não é total no estágio atual da ciência mas, se esta se desenvolver de maneira notável poderá explicar parcial e teoricamente o fenômeno "vida". Neste plano, há o que se chama de ritmo biológico: todos os seres vivos tem um ritmo constante que lhes é próprio e que se harmoniza com o da natureza.
Em sua obra intitulada Argumento Geral sobre a Medicina, o Dr. Sawagata, da Universidade de Osaka, diz: "Cada um possui em si sua própria vida, que é por conseguinte a razão de ser de sua individualidade. Em outras palavras, a vida parece uma onda que é parte integrante do imenso oceano da vida universal... Diz-se que é preciso dar a força da vida à cada homem, mas isso deve despertar nele a consciência da existência desta grande vida da qual cada vida é um elemento."

Esta frase explica que cada ser vivo possui um ritmo constante e próprio harmonizando-se com o da natureza.


O aspecto real da vida humana é de um lado, possuir a unidade interior animada por este ritmo biológico que se pode qualificar de "força motriz" e, de outro lado, desdobrar uma força ativa com respeito ao mundo exterior. Quando se busca em profundidade a razão de ser da vida e a fonte original da energia vital, pode-se chegar à concepção da vida do Universo. Eis o que é a filosofia da Lei Budista.




Por outro lado, a energia-vital, que brota da fonte original e criadora da vida do universo, possuiu sempre a força motriz e a força da ação. Estas duas forças são capazes forte e rapidamente, de ampliar o ritmo da vida ao nível do universo; seguramente, no Gohonzon, esconde-se a energia fundamental da vida que enche este universo. A recitação do Nam-myoho-renge-kyo é o meio de prática a fim de provocar uma ligação com o Gohonzon, em nível de ação humana. E é por isso que quando se pratica diante do Gohonzon empenhando todo o ser, a corrente da vida original do universo penetra na vida humana, fortificando a força motriz e a força da ação que aí existem intrinsecamente, dando-lhes o carácter de forças positivas. Por assim dizer, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo tem por finalidade captar a energia original da vida do universo instaurando firmemente o ritmo da Lei Mística na vida humana. Em consequência, fortificando estas duas forças, uma boa saúde poderá ser adquirida graças à harmonia física do corpo adaptando-se bem ao ritmo da natureza.

Por outro lado, no domínio espiritual, poder-se-á manter um discernimento perfeitamente rigoroso e um raciocínio claro. Segundo a experiência médica, é possível por exemplo, pela audição contínua de um certo som, provocar a mudança do PH no sangue, acarretando assim uma modificação favorável ou desfavorável no corpo. Portanto, pela recitação do Daimoku, e graças ao seu ritmo harmonioso, pode-se favoravelmente manter o sangue a um grau de PH que convenha à vida.

Os músicos dizem que o Daimoku possui o compasso a 6/8, considerado um dos mais agradáveis. Pode-se dizer que o ritmo de Daimoku é, de modo notável, ao mesmo tempo o ritmo da natureza e o ritmo da vida humana.


Por outro lado, sobressai do estudo da psicossomática que o corpo e o espírito associam-se estreita e mutuamente. Numerosas experiências provem a possibilidade de se obter a felicidade através da força vital fortificada, no domínio físico e espiritual, pela recitação do Daimoku.

Se consideramos como "científica" a lei da causalidade, não se poderia dizer que a recitação do Daimoku dá formalmente a prova real, quaisquer que sejam as épocas, o lugar e a raça? E também que Nam-myoho-renge-kyo inscrito por Nichiren Daishonin é uma lei: a mais científica das leis?

Fonte: Texto publicado no grupo do Facebook "Budismo de Nichiren Daishonin" por Maria Notoya, redigitado a partir do artigo publicado na Revista Terceira Civilização - década de 80."