
TRECHO DA MATÉRIA DO JORNAL O GLOBO DE HOJE, NA QUAL CITA A BSGI:
Em contraposição ao silêncio das correntes zen e tibetana, o Nichiren Daishonin segue uma proposta mais grandiosa. A sede central, no Méier, abriga salas para reuniões e um templo com capacidade para mil pessoas. A elocução sequencial do mantra chamado "Daimoku", segundo a crença, é o que faz os adeptos da prática se conectarem com o universo e desenvolverem seu potencial. A oração acontece, principalmente, em grupo, para que a reunião da fé ajude os praticantes a ultrapassarem suas barreiras.
No Rio, a vertente Nichiren está presente na Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (ABSGI), que atrai cada vez mais integrantes. Em 2016, o crescimento foi de 20%, e o número de seguidores chegou a 16 mil apenas na capital fluminense. A instituição está presente em sete cidades do estado e há previsão de chegar a pelo menos mais três em 2018. Os adeptos se associam à organização e participam de palestras, estudos sobre os ensinamentos do budismo e atividades culturais e esportivas, além de serem responsáveis por angariar mais pessoas para a doutrina. Cada associado faz uma doação de no mínimo R$ 10 a cada três meses para ajudar a manter a Soka Gakkai.
— A grande procura acontece porque as pessoas querem ter esperanças neste mundo caótico. E essa propagação é fruto da transformação do budismo na vida das pessoas — diz Wallace Moura, coordenador da ABSGI.
Segundo os seguidores, é comum praticantes deixarem a dependência química e superarem depressão depois de entrar para o grupo. Um adepto que prefere não ser identificado afirma que abandonou as drogas após cinco meses intensos de prática.
— Comecei a orar e estudar os ensinamentos. A partir disso, cultivei uma força a ponto de conseguir lutar contra a dependência. Não segui nenhum tratamento. Me senti fortalecido, voltei a trabalhar e terminei a faculdade —relata ele, que hoje é advogado e professor de Direito numa universidade privada do Rio.