sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sutra do Lótus: Um tratado sobre a vida e o Universo

O Sutra do Lótus (ou Saddharma-pundarika Sutra em sânscrito) é um dos mais importantes textos do Budismo Mahayana, utilizado amplamente por religiosos da China, Coréia, Japão e de outras regiões do Leste Asiático. Na China, ele é chamado Miao-fa lien-hua ching, ou Fa-hua Ching, e no Japão, Myoho-renge-kyo, ou Hokekyo.






Não se sabe exatamente quando foi escrito ou em que idioma. A razão para isso é que, nos primeiros anos do budismo, os ensinos eram transmitidos apenas oralmente, de uma geração a outra. Escrever não era considerado uma ocupação digna, ficando a escrita reservada apenas para transações comerciais e não para tradições religiosas. Contudo, acredita-se que o Sutra do Lótus tenha sido escrito pela primeira vez em algum dialeto da Índia ou da Ásia Central e posteriormente vertido para o sânscrito, a língua clássica da Índia antiga, o que lhe teria dado maior respeitabilidade.
Acredita-se também que o Sutra do Lótus tenha sido escrito em dois tipos de sânscrito, o “puro” (que segue as regras estabelecidas pelo gramático Panini) e o “híbrido budista” (que mistura o sânscrito com o prácrito, um dialeto popular da Índia antiga). O que se sabe ao certo é que o Sutra de Lótus já existia por volta do ano 255 d.C., quando foi feita a primeira versão para o chinês.
Acredita-se também que tenha havido pelo menos seis traduções para o chinês, das quais são conhecidas três: a primeira de Dharmaraksha, escrita no ano 286 em dez volumes e 27 capítulos; a segunda, de Kumarajiva, por volta do ano 406; e a terceira, de Jisanagupta e Dharmagupta, feita em 601, escrita em sete volumes e 27 capítulos. Mas foi a tradução feita por Kumarajiva, a melhor de todas, que popularizou esse texto, não somente na China mas em várias outras regiões que mantinham relações com esse país.
Na Índia, Nagarjuna citava com freqüência o Sutra do Lótus em seu Daitido Ron (Tratado sobre o Sutra da Perfeita Sabedoria) e Vasubandhu escreveu um comentário sobre esse sutra intitulado Kusha Ron (Tratado sobre o Sutra do Lótus)Ao longo dos séculos, o Sutra do Lótus foi também traduzido para várias línguas, como o tibetano, o mongol, o manchu, o coreano e o japonês, entre outras. No Ocidente, a primeira tradução foi para o francês, feita por Eugène Burnouf em 1852. A primeira tradução para o inglês do Sutra de Lótus foi feita pelo pesquisador holandês Jan Hendrik Kern em 1884, a partir de uma versão em sânscrito datada de 1039. Embora considerada uma boa tradução para a época, ainda não eram compreendidos muitos termos e expressões budistas e, assim, a tradução de Kern possui muitas inadequações consideradas à luz dos conhecimentos de hoje. Uma outra tradução mais aceita, embora incompleta, foi feita em 1930 por Bunno Kato, a partir de uma versão chinesa do texto de Kumarajiva, revisada pelo professor William Soothill. A versão em inglês oficialmente utilizada pela SGI foi elaborada pelo professor Burton Watson, da Universidade de Columbia, feita a partir de um texto em chinês e de um em japonês.




Ao longo dos séculos, o Sutra do Lótus foi também traduzido para várias línguas, como o tibetano, o mongol, o manchu, o coreano e o japonês, entre outras. No Ocidente, a primeira tradução foi para o francês, feita por Eugène Burnouf em 1852. A primeira tradução para o inglês do Sutra do Lótus foi feita pelo pesquisador holandês Jan Hendrik Kern em 1884, a partir de uma versão em sânscrito datada de 1039. Embora considerada uma boa tradução para a época, ainda não eram compreendidos muitos termos e expressões budistas e, assim, a tradução de Kern possui muitas inadequações consideradas à luz dos conhecimentos de hoje. Uma outra tradução mais aceita, embora incompleta, foi feita em 1930 por Bunno Kato, a partir de uma versão chinesa do texto de Kumarajiva, revisada pelo professor William Soothill. A versão em inglês oficialmente utilizada pela SGI foi elaborada pelo professor Burton Watson, da Universidade de Columbia, feita a partir de um texto em chinês e de um em japonês.


De qualquer forma, todas essas traduções auxiliaram a popularizar o Sutra do Lótus no Ocidente, vindo a estabelecer-se como um importante texto da literatura mundial. Em todo caso, é digno de menção a grande dificuldade de se traduzir o Sutra do Lótus, seja para o chinês ou para qualquer outro idioma, dada a complexidade de seus termos — muitos deles sem correlatos em qualquer idioma — de seus simbolismos e de sua complexa cosmogonia.
O termo sânscrito do título, saddharma, é traduzido usualmente como “boa lei”, mas essa tradução não expressa totalmente seu conteúdo. O termo sat, ou sad, provém da raiz sânscrita que significa “existir” e significa algo como “verdadeiro”, “real”, “genuíno” ou “autêntico”. O termo dharma pode ser traduzido como “doutrina” ou “ensino”, mas também pode ser interpretado como “verdade” ou até mesmo como “essência real dos fenômenos”. Juntando-se os dois termos, saddharma, o resultado seria algo como “verdade absoluta”.
Pundarika significa “lótus branco” (no sânscrito, flores de lótus de diferentes cores possuem diferentes nomes). Dessa forma, o título desse sutra seria “Lótus Branco da Verdade Absoluta”. Esse título remete à idéia de que, embora o lótus cresça no pântano, as pétalas de suas flores são puras e imaculadas. Assim, a flor de lótus é um símbolo de pureza em meio à impureza, ou da iluminação em meio às questões seculares.
Já “sutra” é um termo que designa antigos tratados da Índia.




A tradução de Kumarajiva existente atualmente divide o Sutra do Lótus em 28 capítulos, os quais consistem de uma combinação de um texto em prosa (escrito originalmente em sânscrito “puro”) e um texto em versos (escrito originalmente em sânscrito “híbrido budista”). Os versos eram utilizados antigamente para facilitar a memorização dos ensinos pelos seus seguidores. É provável que a parte em prosa tenha sido acrescida posteriormente para tornar o texto uma narrativa contínua, originando sua forma final.
Antigamente, quase todos os sutras budistas iniciavam com a frase “Assim eu ouvi”. Acredita-se que esse início servia para indicar que um ensino do Buda se seguiria. A pergunta que se pode fazer é “quem ouviu?”. De acordo com uma tradição budista, o ouvinte seria Ananda, primo de Sakyamuni e um de seus discípulos. Outra explicação para essa frase é a de que cada pessoa é um ouvinte, indicando que todos possuem inerentemente a natureza de Buda.


O erudito chinês Tient’ai (537–597), um dos grandes estudiosos do budismo, fundador da escola Tendai e organizador do cânone budista, foi um dos maiores propagadores do Sutra do Lótus na China. Em seu Hokke Guengui (Profundo Significado do Sutra do Lótus), Tient’ai formulou uma classificação comparativa entre todo o conjunto de sutras dos chamados cinco períodos e oito ensinos e considerou o Sutra do Lótus como o mais importante de todos os sutras. Com base no Sutra do Lótus, Tient’ai escreveu também mais duas importantes obras: Hokke Mongu (Palavras e Frases do Sutra do Lótus) e Maka Shikan (Grande Concentração e Discernimento).
Em 804, o monge Saityo, também conhecido como Grande Mestre Dengyo, levou o budismo da escola Tendai para o Japão. Dengyo acreditava que todas as pessoas possuíam a natureza de Buda e que o Sutra do Lótus era o verdadeiro ensino que expunha a iluminação.
Mas coube a Nichiren Daishonin (1222–1282), fundador do Budismo Nichiren, revelar a verdade intrínseca ao Sutra do Lótus, especificamente em seus capítulos “Meios” (Hoben) e “Revelação da Vida Eterna do Buda” (Juryo) e manifestá-la pela invocação de seu título em japonês, estabelecendo assim a prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo.
Daishonin, que constantemente utilizava passagens do Sutra do Lótus ao expor seus ensinos aos seguidores e para escrever suas cartas, conhecidas como Gosho, baseava-se nos comentários sobre o Sutra de Lótus feitos por Tient’ai. Em várias de suas passagens, ele cita frases e parábolas do Sutra do Lótus, muitas vezes num linguajar simplificado tornando, assim, mais acessível a compreensão dos ensinos contidos nesse sutra.
Fonte: Edição 407 - Publicado em 01/Julho/2002 - Página 3
Grato a Anne Almeida pela matéria.



sábado, 21 de janeiro de 2012

Ciência, Nam-Myoho-rengue-kyo, Gohonzon

Achei no grupo do Facebook "Budismo de Nichiren Daishonin" esse texto que achei genial e resolvi compartilhar aqui no blog.
É uma resposta da Maria Notoya à pergunta: "Poderia explicar cientificamente o efeito produzido sobre uma pessoa quando recita o Nam-Myoho-renge-kyo diante do Gohonzon?"


"Antes de mais nada, recitar o Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon é uma "conversação" entre a energia que existe intrinsecamente na vida do universo e na do homem; um fenômeno de interação entre a vida individual e a vida universal. A compreensão da vida humana não é total no estágio atual da ciência mas, se esta se desenvolver de maneira notável poderá explicar parcial e teoricamente o fenômeno "vida". Neste plano, há o que se chama de ritmo biológico: todos os seres vivos tem um ritmo constante que lhes é próprio e que se harmoniza com o da natureza.
Em sua obra intitulada Argumento Geral sobre a Medicina, o Dr. Sawagata, da Universidade de Osaka, diz: "Cada um possui em si sua própria vida, que é por conseguinte a razão de ser de sua individualidade. Em outras palavras, a vida parece uma onda que é parte integrante do imenso oceano da vida universal... Diz-se que é preciso dar a força da vida à cada homem, mas isso deve despertar nele a consciência da existência desta grande vida da qual cada vida é um elemento."

Esta frase explica que cada ser vivo possui um ritmo constante e próprio harmonizando-se com o da natureza.


O aspecto real da vida humana é de um lado, possuir a unidade interior animada por este ritmo biológico que se pode qualificar de "força motriz" e, de outro lado, desdobrar uma força ativa com respeito ao mundo exterior. Quando se busca em profundidade a razão de ser da vida e a fonte original da energia vital, pode-se chegar à concepção da vida do Universo. Eis o que é a filosofia da Lei Budista.




Por outro lado, a energia-vital, que brota da fonte original e criadora da vida do universo, possuiu sempre a força motriz e a força da ação. Estas duas forças são capazes forte e rapidamente, de ampliar o ritmo da vida ao nível do universo; seguramente, no Gohonzon, esconde-se a energia fundamental da vida que enche este universo. A recitação do Nam-myoho-renge-kyo é o meio de prática a fim de provocar uma ligação com o Gohonzon, em nível de ação humana. E é por isso que quando se pratica diante do Gohonzon empenhando todo o ser, a corrente da vida original do universo penetra na vida humana, fortificando a força motriz e a força da ação que aí existem intrinsecamente, dando-lhes o carácter de forças positivas. Por assim dizer, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo tem por finalidade captar a energia original da vida do universo instaurando firmemente o ritmo da Lei Mística na vida humana. Em consequência, fortificando estas duas forças, uma boa saúde poderá ser adquirida graças à harmonia física do corpo adaptando-se bem ao ritmo da natureza.

Por outro lado, no domínio espiritual, poder-se-á manter um discernimento perfeitamente rigoroso e um raciocínio claro. Segundo a experiência médica, é possível por exemplo, pela audição contínua de um certo som, provocar a mudança do PH no sangue, acarretando assim uma modificação favorável ou desfavorável no corpo. Portanto, pela recitação do Daimoku, e graças ao seu ritmo harmonioso, pode-se favoravelmente manter o sangue a um grau de PH que convenha à vida.

Os músicos dizem que o Daimoku possui o compasso a 6/8, considerado um dos mais agradáveis. Pode-se dizer que o ritmo de Daimoku é, de modo notável, ao mesmo tempo o ritmo da natureza e o ritmo da vida humana.


Por outro lado, sobressai do estudo da psicossomática que o corpo e o espírito associam-se estreita e mutuamente. Numerosas experiências provem a possibilidade de se obter a felicidade através da força vital fortificada, no domínio físico e espiritual, pela recitação do Daimoku.

Se consideramos como "científica" a lei da causalidade, não se poderia dizer que a recitação do Daimoku dá formalmente a prova real, quaisquer que sejam as épocas, o lugar e a raça? E também que Nam-myoho-renge-kyo inscrito por Nichiren Daishonin é uma lei: a mais científica das leis?

Fonte: Texto publicado no grupo do Facebook "Budismo de Nichiren Daishonin" por Maria Notoya, redigitado a partir do artigo publicado na Revista Terceira Civilização - década de 80."

domingo, 25 de dezembro de 2011

Tina

Depois de muito procurar consegui achar o maravilhoso filme "What love go to to do with it", que é a biografia da Tina Turner. Legendei em português e postei aqui a parte onde ela encontra o Nam myoho renge kyo, com o qual ela dá uma guinada na vida!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Esho Funi

Hoje posto um vídeo sobre Esho Funi, feito pela Alexia Maltner para a reunião do Bloco Rio 2, no Rio de Janeiro.


Dentre os vários princípios expostos pelo budismo, existe o Esho Funi, que elucida a íntima relação entre a vida e o meio ambiente. O termo Esho Funi significa que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental.
"O ambiente é como a sombra e a vida o corpo" Nichiren Daishonin.
Sem o corpo não pode haver sombra, por isso é importante nos conscientizarmos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigatoriamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto à tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo.
Este conceito tem uma importância fundamental para entendermos as relações que estabelecemos ao longo da vida nos vários locais em que vivemos: família, trabalho, vizinhança, organização, enfim, na sociedade como um todo.
A harmonia é um fator essencial para a vida. Assim, a questão mais importante é gerar essa harmonia por meio das fontes de energia e sabedoria existentes dentro de nós, tendo como base o respeito pela dignidade da vida. Desenvolver ou fazer florescer o respeito, a amizade, o amor, a benevolência, enfim sentimentos fundamentais para a relação homem--homem e homem--ambiente, torna-se essencial para criar essa coexistência harmônica.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Treinamento de Gongyo

Navegando pelo YouTube a procura de novidades acabei por descobrir o Genol2010's Channel onde achei os dois vídeos de treinamento com o Gongyo que posto aqui. O primeiro vídeo é num ritmo bem lento, ótimo para aprender a pronúncia e como funciona os intervalos entre os caracteres. Experimente e veja a riqueza da acentuação, que muitas vezes deixamos passar devido à "velocidade" da prática diária.
O segundo vídeo é numa cadencia normal, bom para poder aperfeiçoar o ritmo de galope da marcação do Gongyo.
E ambos terminam com alguns minutos de Nam-myoho-renge-kyo.

Grato por compartilhar Genol!