segunda-feira, 27 de abril de 2009

Como nossas orações são respondidas?

"Vivemos em uma sociedade em que a maior parte da população acredita em princípios cristãos, em que o homem vive regido por um ente superior. Onde “O homem é infinitamente pequeno, um quase nada, enquanto a graça de Deus é tudo. E esta graça vem de fora. Provém de uma outra fonte: Deus.” (Terceira Civilização, junho de 2005) 


Vamos refletir: Qual é a origem da palavra “deus”? Bom, são atribuídas várias origens para a palavra “deus”, mas, de acordo com algumas fontes, vem do grego theos, que significa “força”. Quando os primeiros homens passaram a observar a natureza havia muitas manifestações naturais que eles não compreendiam como, por exemplo, os raios e trovões. Tais eventos, por estarem além de sua compreensão, passaram a ser mistificados e atribuídos a um ente superior, um deus. Surgiram os deuses do fogo, da água, da chuva e outros. A força da natureza foi mistificada e relacionada a diversas entidades, dando origem às mitologias de muitas civilizações. O homem, desde essa época, sentia forte necessidade de viver em paz consigo mesmo e com seus semelhantes. Neste momento surge a oração para, ao mesmo tempo, possibilitar fazer oferecimentos a esse deus ou deuses e pedir sua benevolência na forma de paz e prosperidade. 

Hoje, muitos acreditam que essa força grandiosa da natureza tem nome. Alguns chamam de Deus e nós, praticantes do Budismo de Nchiren Daishonin, denominamos Nam-myoho-renge-kyo.
Mas, então, há diferença entre um e outro?

Sim, existe grande diferença.

No Budismo Nichiren aprendemos que esta “força” que rege toda a vida do Universo, existe também dentro de nós. É uma força que sempre existiu inerentemente em nossa própria vida! Que essa força interior pode transformar as condições externas e garantir a conquista de objetivos, sejam individuais ou coletivos, e, principalmente, a verdadeira felicidade, desde que coloquemos nossa vida no ritmo dessa grandiosa lei do universo, o Myoho-renge-kyo.
Nitiren Daishonin afirma: “Contudo, mesmo que recite ou acredite no Myoho-renge-kyo, se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística mas um ensino inferior.” Também: “Se buscar a iluminação fora de si mesmo, então mesmo que realize dez mil práticas e dez mil boas ações tudo será em vão.”
(Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 2) 



E como conseguir que nossas orações sejam realmente respondidas? “Além disso, um fator fundamental da oração é a sinceridade: um coração puro e determinado. Quando este ponto é a essência da oração, tudo se torna possível. Portanto, é necessário fazer da oração o momento de ampliar o coração, ser sincero consigo próprio, em primeiro lugar ‘abrir a mente’ para tudo o que é preciso mudar e, dessa forma, concretizar as metas”, explica Nichiren. E Ikeda Sensei completa: “Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo de nossa própria vida à vida do Universo, somos capazes de manifestar uma ilimitada força que permitirá superar quaisquer dificuldades.”
(TC, dezembro de 2005)

Então, caros amigos, como podem ver, o que determina se nossas orações serão respondidas, ou não, somos nós mesmos. A resposta está em nosso próprio coração. No budismo oramos para manifestar a força do Universo que existe dentro de nossa vida. É uma oração de decisão profunda, de aprimorar a vida e transformar qualquer circunstância. Jamais devemos sucumbir diante das condições externas, ficando numa posição de total dependência, apenas pedindo “aos deuses” para que a situação melhore. A força de transformar qualquer circunstância existe dentro de cada um de nós! Basta recitar vigorosamente o Nam-myoho-renge-kyo e entrar em ação! "
Fonte: Revista Dez, nº88, Pág.10, Abril de 2009.

6 comentários:

Anônimo disse...

Muito obrigada por compartilhar essa maravilha de site com todos nós!
pessoal@andrea.rodrigues.nom.br

Anônimo disse...

Caro Cesinha,

Tenho muito a lhe agradecer por você ter respondido a muitas questões minhas.
Precisava conhecer o significado do Gongyo e encontrei no seu blog, precisava me aprofundar no Daimoku e o mesmo ocorreu, além de muitas e muitas outras questões internas.
Seu trabalho é digno de louvor.

Cristina de Azevedo (zevedo.cristina@gmail.com
Um sincero 'Muito obrigada'
Cristina de Azevedo

Anônimo disse...

Pratico com Gohonzon há 3 anos, feitos no dia 16 de dezembro passado.Tenho conseguido muitas vitórias.Tenho conseguido superar minhas negatividades,e com daimoku, noto que estou mais, calma, concentrada em meus objetivos, consigo me dominar mais.Obrigado por esse blog,descobri,há 2 dias,aqui no desenvolvimento de meu trabalho que agora é todona internet.E exatamente num momento crucial!já sentia muita falta do site de nosso querido Sandro.Estou FELIZ por ter encontrado voces!Obrigado!

Cesinha Chaves disse...

Grato pelo comentário.
O site do Sandro, As Mais Belas Histórias Budistas, está com um novo endereço:
http://www.maisbelashistoriasbudistas.com/portal.htm

Planet FEstas disse...

ola Cezinha

conheci o Budismo de Nitiren Daishonin há apenas 1 mes e tenho desde então procurado aprender mais sobre ele, desde a data que me foi apresentado o Daimoku, tenho me entregado fervorosamente à pratica diaria, e ha duas semans ganhei o livrinho da Liturgia, onde ensina o Gongyo, e tenho dedicado orações pela manhã e a noite...
mas desde então minha vida virou de pernas pro ar...e tenho sido atingida por todo tipo de tribulação...me ajuda a entender onde estou errando..
Quero minha revolução humana se concretizando diariamente,q mais esta ao meu alcance fazer???
obrigada

Cesinha Chaves disse...

Respondendo ao Planet Festas, é comum, quando começamos a mexer no nosso carma, algumas situações venham à toda. Numa analogia com uma torneira que ficou fechada por muitos anos, é normal que ao abri-la depois de tanto tempo a água saia turva, devido às impurezas acumuladas no tempo em que ficou fechada. A solução é deixar a torneira aberta até que a água comece a sair limpa. Quando as adversidades surgem através do Daimoku é a prova que estamos fazendo a nossa revolução humana. Aí temos de empregar a estratégia do Sutra de Lótus e lutar para transformarmos a situação. Se possível leia a excelente matéria sobre o princípio Sansho Shima publicada no site Estado de Buda -> http://www.estadodebuda.com.br/materias/405-como-o-sansho-shima-atrapalha-a-sua-vida